Alice Colombo arrancou de Maidstone, uma cidade a cerca de 50 quilómetros a sudeste de Londres, no Reino Unido, e conduziu cerca de 1.247 quilómetros, naquilo que foi uma viagem de 13 horas de carro, até Milão, em Itália. O objetivo? Conseguir vacinar "a coisa mais preciosa do mundo".

A BBC conta que, perante a decisão do governo britânico em vacinar somente as crianças com menos de 12 anos classificadas como vulneráveis, ao contrário de outros países europeus que possibilitam a vacinação de todas as crianças a partir dos cinco anos, como é o caso de Portugal e de Itália, Alice decidiu aproveitar o facto de a filha de nove anos ter cidadania italiana para ir até Milão receber a vacina contra a Covid-19 e fez-se à estrada - numa viagem de carro para evitar aglomerados em aeroportos.

"Porque é que não daria proteção à coisa mais preciosa do mundo para mim, a minha filha, em vez de correr o risco de ela se voltar para mim em cinco, 10, 15 anos, e dizer 'Mãe, tenho problemas cardíacos, tenho problemas cerebrais, tenho problemas pulmonares, porque é que não fizeste todo o possível para me proteger?", explica Alice, cuja preocupação se centra sobretudo no efeitos da covid longa, ou seja, os problemas de saúde que se estendem para além da infeção propriamente dita.

"Prefiro arriscar uma vacina que conhecemos bastante do que arriscar a sorte com um vírus sobre o qual sabemos muito pouco", afirma.

Até agora, o Reino Unido tem adotado uma posição muito mais cautelosa sobre as imunizações infantis do que outros países, deixando para mais tarde um parecer sobre a vacinação deste grupo etário porque a maioria tem um "risco muito baixo de ficar gravemente doente”, explicou o co-presidente do Comité Conjunto de Vacinação e Imunização, Wei Shen Lim.