Cerca de 500 militares franceses estão destacados na Roménia, integrados na resposta da NATO à invasão russa da Ucrânia, grupo que conta também com soldados portugueses.
A visita de Macron à Roménia, membro da União Europeia (UE) desde 2007 e da NATO desde 2004, marca o início da viagem a esta região da Europa, que contará com uma passagem pela Moldova, que não pertence à Aliança Atlântica.
Roménia e Moldova partilham longas fronteiras com a Ucrânia.
“Ninguém sabe o que nos reservam as próximas semanas e meses, mas faremos todo o possível para acabar com a invasão russa, ajudar os ucranianos e continuar com as negociações”, destacou o chefe de Estado francês, em declarações na base aérea de Mihail Kogalniceanu, no leste do país, onde foi recebido pelo primeiro-ministro romeno Nicolae Ciuca.
Num breve discurso dirigido aos militares franceses destacados na base da NATO, Macron elogiou “o compromisso em defender a Europa enquanto a guerra está a ser travada novamente”.
Numa referência a longo prazo, Macron alertou para a necessidade do Ocidente “ser capaz de se defender”.
O batalhão multinacional da Aliança Atlântica na Roménia servirá como um “poderoso impedimento” no flanco leste da Europa, defendeu o Presidente de França.
Na quarta-feira, Emmanuel Macron manterá reuniões com o Presidente romeno Klaus Iohannis, onde será preparada uma reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, bem como a cimeira da NATO em Madrid, no final de junho.
A porta-voz do Palácio do Eliseu, Olivia Grégoire, acrescentou que Macron deverá abordar as consequências da guerra na Ucrânia, desde a onda de refugiados até ao aumento dos preços da energia e às interrupções nos mercados globais de cereais.
Em discussão estarão também os pedidos da Ucrânia e da Moldova para ingressar na UE, num momento em que a França preside ao Conselho da UE, referiu a mesma fonte.
Depois da Roménia, Macron seguirá para Chisinau, capital da Moldova, onde manterá reuniões com a Presidente, Maia Sandu.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.432 civis morreram e 5.499 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 111.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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