“O Presidente dos Estados Unidos pode não se importar de ficar isolado, mas nós também não nos importamos de assinar um acordo a seis países se for preciso”, disse Macron durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro canadiano, anfitrião da reunião do G7.
As declarações de Macron são o mais recente episódio na guerra comercial lançada por Donald Trump com o propósito de proteger a produção norte-americana, nomeadamente no aço e alumínio, cujas tarifas aduaneiras foram aumentadas, motivando uma retaliação de vários países.
Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, disse que as medidas restritivas às importações vão prejudicar, não só os canadianos, mas também os trabalhadores norte-americanos: “Se eu conseguir fazer o Presidente [dos EUA] realmente perceber que o que ele está a fazer é contraproducente aos seus próprios objetivos, talvez possamos prosseguir de forma mais inteligente”, vincou Trudeau.
A participação de Donald Trump no G7, a sua segunda nesta reunião anual que decorre desde 1975, é o ponto alto do encontro, que começou com a habitual reunião preparatória dos ministros das Finanças dos sete países, e que foi descrita pelo ministro das Finanças de França como “uma reunião mais do G6 mais um do que propriamente do G7″.
Donald Trump vai chegar à estância canadiana hoje, mas deixará o país logo no sábado de manhã, antes de o encontro terminar, para rumar a Singapura, onde na segunda-feira deverá encontrar-se com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, tendo anunciado a sua saída precoce da reunião depois de Macron e Trudeau terem sinalizado que vão usar o encontro para criticar a política protecionista de Trump.
“Estou ansioso por corrigir os Acordos Comerciais injustos com os países do G7″, respondeu Trump numa mensagem no Twitter esta manhã, acrescentando: “Se isso não acontecer, ainda nos saímos melhor”.
Na resposta às críticas de Trudeau e Macron na conferência de imprensa, Trump escreveu: “Por favor digam ao primeiro-ministro Trudeau e ao Presidente Macron que estão a cobrar tarifas massivas e a criar barreiras não monetárias. O excedente comercial da UE face aos EUA é de 151 mil milhões de dólares, e o Canadá mantém os nossos agricultores, e outros, de fora. Estou ansioso por vê-los amanhã [hoje]”.
Esta será a segunda participação de Trump no G7, um encontro informal que acontece todos os anos com uma presidência rotativa do Canadá, France, Itália, Japão, Alemanhã, Estados Unidos e Reino Unido, com a presença também da União Europeia, e que tem também previstos encontros bilaterais entre Trump e vários líderes, incluindo Trudeau e Macron.
Comentários