“No dia 31 de março, sexta-feira, celebra-se o Dia da Visibilidade Trans. Este dia será um dia de luta e reivindicação por direitos que ainda não estão conquistados, ao mesmo tempo que se celebra as identidades trans e não-binárias”, informa a organização da Marcha Visibilidade Trans 2023 no Porto.
“Vivemos numa sociedade e numa cidade que ainda não é segura para pessoas dissidentes de género”, refere a organização em comunicado, considerando que a “disseminação desta luta é essencial para a conquista de direitos”.
No Porto, onde a marcha se organiza pela primeira vez, terá início com uma concentração às 18:00 na Praça dos Poveiros, seguindo depois pelas ruas Passos Manuel e Santa Catarina, dando a volta ao mercado do Bolhão e terminando na Praça D. João I.
Segundo a organização, esta marcha conta com o apoio de “vários coletivos e associações, nomeadamente, Rede Ex Aequo, Coletivo A Traça, Anémona, Transformar Portugal, Porto Inclusive, Somos Blergh e União Libertária”, tendo como mote "não é ideologia, não é patologia, fim à transfobia, direitos trans já!"
Já em Lisboa, a marcha começará às 17:30 na Alameda Dom Afonso Henriques, seguindo até ao Rossio. De acordo com o órgão Dezanove, “haverá performances e microfone aberto”. A ILGA vai participar nesta iniciativa na capital, considerando este “um dia especificamente dedicado para aumentar a consciencialização sobre a discriminação que as pessoas trans enfrentam diariamente, e também para celebrar as pessoas trans, as suas identidades e os seus contributos para a sociedade”.
No manifesto da organização da marcha do Porto, é exigido o “respeito por todas as identidades e vivências de género, independentemente do quão se alinham com conceções de género ditas “tradicionais”, baseadas na imposição de uma mentalidade colonialista e centrada em ideias católicas, racistas, capitalistas, ciscêntricas e heterocêntricas”.
O texto pede ainda respeito “para as Travesti, para as mulheres masculinas, para os homens femininos, para pessoas que quebram com as concepções tradicionais de género, para as pessoas que se recusam a encaixar em ideias binárias, para as pessoas que não sabem bem onde se encaixam, para as pessoas que escolhem não se encaixar”.
É ainda lembrado o caso de Gisberta, a mulher transexual brasileira que foi assassinada por um grupo de 13 adolescentes, entre os 12 e os 16 anos, em 2006. Tal acontecimento “ catalisou a organização e mobilização das comunidades LGBTI+ na cidade do Porto”, mas, “17 anos depois, os episódios de violência transfóbica continuam a existir, as ruas da cidade ainda não são seguras”, alerta a nota.
Em Lisboa, por proposta dos Cidadãos Por Lisboa, subscrita por PS, BE, PCP e Livre, a câmara aprovou um voto de saudação pelo Dia Internacional da Visibilidade Trans, em que a maioria dos pontos foi viabilizada por unanimidade, à exceção da ideia de “hastear a bandeira trans nos Paços do Concelho e no edifício do Campo Grande”, que foi bloqueada com os votos contra de PSD/CDS-PP.
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