Alguns filhos e netos do antigo chefe de Estado brasileiro chegaram hoje de manhã de carro a uma das entradas da Polícia Federal em Curitiba para o visitar, informaram agentes da Polícia Federal.
A visita foi alterada pelas autoridades policiais, que decidiram mudar o dia de visita semanal a que todos os presos têm direito para quinta-feira, alegando "questões de segurança".
Segundo as regras da Polícia Federal, os familiares podem levar roupa aos detidos e "algo para comer" uma vez por semana.
Além da família, Lula da Silva também recebeu a visita do advogado Cristiano Zanin Martins, que integra a sua equipa de defesa.
O ex-Presidente brasileiro começou a cumprir pena em Curitiba em conformidade com uma ordem judicial emitida na quinta-feira passada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável por julgar os casos de corrupção relacionados a Operação Lava Jato.
Desde então, a Polícia Militar montou um perímetro de segurança de cerca de 100 metros à volta da sede da Polícia Federal, e só permite o acesso de moradores da área, pessoal autorizado, jornalistas e pessoas que agendaram algum procedimento burocrático no edifício, onde se emitem passaportes e certidões fiscais.
Perto da sede da Polícia Federal, mais de 500 apoiantes de Lula da Silva montaram um acampamento, que batizaram com o nome de "Lula Livre", e garantem que permanecerão no local até que o ex-Presidente seja solto.
Em junho do ano passado o juiz Sérgio Moro condenou Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, num processo em que foi considerado culpado de receber como suborno um apartamento de luxo da Construtora OAS.
Essa sentença foi ratificada e a pena ampliada para 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), um tribunal de segunda instância, em janeiro, que também determinou a prisão imediata do antigo chefe de Estado depois que se esgotassem todos os recursos naquele tribunal.
Lula da Silva, que lidera todas as sondagens de intenção de voto sobre as eleições presidenciais marcadas para outubro no Brasil, é arguido noutros seis outros processos penais.
Após a sua prisão, a sua candidatura foi confirmada pelo Partido dos Trabalhadores, formação política que fundou e liderou.
O partido, porém, pode ter o pedido de registo da candidatura negado antes do escrutínio, porque as normas legais brasileiras proíbem que condenados em segunda instância se candidatem a cargos públicos eletivos.
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