“Queremos declarar o estado emergência climática e ecológica na região para, à volta disso, mobilizar uma série de esforços e financiamentos que vão ser necessários para alterar práticas em termos agrícolas e de pesca”, declarou José Azevedo à agência Lusa.
O partido entregou esta semana as listas às eleições regionais de 25 de outubro e apresentou também o seu manifesto eleitoral.
José Azevedo, professor universitário na área da biologia e ecologia, é o cabeça de lista pelos círculos eleitorais de São Miguel e compensação, enquanto o programador informático Nuno Rolo concorre na ilha Terceira.
José Azevedo frisou que “toda a atividade primária” precisa de ser convertida para um “modelo muito mais sustentável”, sobretudo em São Miguel e na Terceira.
Naquelas ilhas, disse, a agricultura é “baseada na pecuária, produção de leite e laticínios”, sendo “muito intensiva e com tendência para se intensificar”, o que provoca “problemas de poluição das águas e dos solos”.
“É um modelo que também é insustentável do ponto vista social e económico. É extraordinariamente dependente de subsídios e de apoios e deixa a maior parte dos agricultores numa situação de aflição permanente”, acrescentou.
O candidato referiu que a componente ambiental é uma das bandeiras do partido para as próximas eleições regionais, sendo que a outra são as “questões sociais”.
O partido quer refletir sobre as alterações "necessárias" no sistema económico regional para que se comece “definitivamente a resolver as questões de desigualdades na sociedade açoriana”, agravadas pela pandemia da covid-19.
O candidato reconheceu que estaria “estatisticamente mais confiante” na eleição para o parlamento açoriano caso o partido tivesse apresentado listas em todo as ilhas do arquipélago.
Contudo, salientou que o Livre continua com as “expectativas altas” para as eleições, sobretudo na eleição de um deputado pelo circulo de compensação.
As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
Nas eleições regionais existem um círculo por cada uma das nove ilhas mais um círculo regional de compensação que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
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