De acordo com fontes presentes na reunião, as listas foram aprovadas com 67 votos a favor, 21 contra e seis abstenções.
Desta forma, as listas foram aprovadas com 71% de votos favoráveis, um valor um pouco abaixo do que aconteceu há dois anos.
Em 2019, quando mais de metade dos então deputados (55%) não entrou nas listas às legislativas, o Conselho Nacional aprovou-as com 74% de votos favoráveis (80 a favor, 18 contra e 10 abstenções).
De acordo a lista do círculo da capital - o maior do país - a que a Lusa teve acesso, os primeiros nomes são todos indicados pela direção e não constavam das propostas da distrital de Lisboa: além do cabeça de lista, Ricardo Baptista Leite, de José Silvano e de Joaquim Sarmento, estão também na lista a vice-presidente Isabel Meirelles (em terceiro) e o líder da distrital da Área Oeste Duarte Pacheco (em quinto).
Paula Reis, membro do Conselho Nacional de Jurisdição, que constava em sexto lugar da versão da lista a que a Lusa teve acesso não aparece na lista final.
Em relação aos eleitos de 2019, saíram da lista de Lisboa em relação a 2019 os históricos deputados do PSD Pedro Pinto (por vontade própria), Luís Marques Guedes e Pedro Rodrigues,
Assim, em sexto surge Lina Lopes, presidente das Mulheres Sociais-Democratas, seguida de Tiago Moreira de Sá, em sétimo, e de Pedro Roque, líder dos Trabalhadores Sociais-Democratas, em oitavo.
Em décimo lugar, surge o líder da Juventude Social Democrata, Alexandre Poço, que também teve um reforço de indicação por parte da distrital de Lisboa, embora o primeiro nome proposto por esta estrutura, Rodrigo Gonçalves, apareça apenas em 16.º lugar, que não deverá ser elegível, uma vez que em 2019 os sociais-democratas elegeram 12 deputados.
Das propostas de Lisboa, caíram - pelo menos dos nomes elegíveis - os atuais deputados Carlos Silva e Sandra Pereira.
A direção já tinha acusado algumas distritais de usarem “uma estratégia de afrontamento”, dando como exemplo as de Lisboa e do Porto, por indicarem nos primeiros lugares apoiantes de Paulo Rangel nas anteriores diretas, excluindo os de Rui Rio, que venceu essa disputa interna por 52,4% dos votos.
Líderes do PSD de Faro, Viseu e Coimbra fora das listas, presidente PSD/Porto em 40.º
Os líderes das distritais do PSD de Faro, Cristóvão Norte, de Viseu, Pedro Alves, ou de Coimbra, Paulo Leitão, que apoiaram Paulo Rangel nas últimas diretas, ficaram fora das listas de candidatos a deputados.
Outros apoiantes do eurodeputado, como o líder da distrital do Porto, Alberto Machado, e o ex-presidente da concelhia de Gaia, Cancela Moura, foram colocados em lugares não elegíveis, 40.º e 39.º pelo Porto, respetivamente.
Fora das listas ficaram também deputados de várias legislaturas como Luís Marques Guedes, Emídio Guerreiro ou Duarte Marques, bem como Ana Miguel dos Santos, que tinha sido cabeça de lista por Aveiro na última legislatura, ou o ex-líder da JSD Pedro Rodrigues.
Margarida Balseiro Lopes, que foi em 2019 cabeça de lista por Lisboa, e Álvaro Almeida, oitavo pelo Porto, tornaram público que não tinham intenção de voltar a ser deputados, tal como o antigo líder da distrital de Lisboa Pedro Pinto.
Saem também os ‘vices’ da bancada Luís Leite Ramos, que tinha manifestado à sua distrital (Vila Real) indisponibilidade para voltar a ser deputado, Carlos Peixoto ou José Cesário, que tinham sido cabeças de lista em 2019 e não foram convidados a integrar as listas para as legislativas de 30 de janeiro.
Na lista de Braga, entram alguns homens fortes de Rio nas últimas diretas, como Firmino Marques, em segundo, ou Carlos Eduardo Reis, em quarto, além da ‘vice’ da bancada Clara Marques Mendes.
Bruno Coimbra, que chegou a ser secretário-geral adjunto de Rio, entrou em sétimo por este círculo.
Por Faro, Rui Cristina, que apoiou Rio neste distrito, entrou em segundo, enquanto João Montenegro, atual secretário-geral adjunto, será o número três por Viana do Castelo.
A direção aproveitou os dois maiores círculos para pôr alguns dos seus principais nomes: se por Lisboa entraram o secretário-geral do PSD, José Silvano, o presidente do Conselho Estratégico Nacional Joaquim Sarmento ou a vice-presidente Isabel Meirelles, também no Porto o presidente do PSD incluiu alguns dos seus apoiantes mais fiéis.
Assim, além de Rio, que é segundo neste círculo, entra como número 3 o já deputado Paulo Rios de Oliveira, os ‘vices’ da bancada Catarina Rocha Ferreira e Afonso Oliveira ou o secretário-geral adjunto Hugo Carneiro, em sexto.
Em 12.º pelo Porto (em 2019 o PSD elegeu 15 nomes por este círculo) entrou Joaquim Pinto Moreira, ex-presidente da Câmara de Espinho e um dos principais apoiantes de Luís Montenegro na sua candidatura à liderança em 2020. Em 14.º entra Firmino Pereira, um regresso ao parlamento de um deputado que tinha saído em 2019 e até admitindo deixar o PSD para integrar o Aliança.
O presidente da distrital de Santarém, João Moura, mantém-se como segundo por este círculo e Fernando Negrão, que foi vice-presidente do parlamento na atual legislatura, será número dois por Setúbal.
Hoje, no final da reunião da Comissão Política Nacional, Rui Rio admitiu que existiram algumas “clarificações” na lista de candidatos a deputados, mas recusou que tenha havido uma “limpeza étnica”, considerando que continuam a conviver “muitas etnias” na proposta da direção.
“Fizemos um esforço de renovação particularmente em deputados que possam estar há muitos anos no parlamento”, afirmou.
Quanto aos sinais de unidade, Rio considerou que foi tentado “um equilíbrio” com as propostas feitas pelas comissões políticas distritais e concelhias.
“Não entrarmos numa situação em que só olhamos para aqueles que estavam do meu lado e correndo com os que estavam do outro”, afirmou, numa referência às recentes eleições diretas em que derrotou o eurodeputado Paulo Rangel.
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