“Esta nova etapa da nossa luta começa amanhã [terça-feira] e é composta, para já, por: greves parciais dias 26, 28 outubro e 02 de novembro; greve de 24 horas no dia 4 de novembro; e greve ao tempo extraordinário com início em 01 de novembro por 10 dias renováveis”, informou a Comissão Intersindical do Metropolitano de Lisboa, através da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).
O período de greves foi marcado por todas as organizações sindicais subscritoras do Acordo de Empresa (AE), na sequência do último plenário geral de trabalhadores, em que decidiram que “a luta é a alternativa para defender os direitos”.
“Tudo fizemos para evitar este conflito, mas, em bom rigor, estamos uma vez mais a preparar o processo reivindicativo para 2022 e continuamos sem conseguir chegar a bom porto no processo deste ano”, indicou a Comissão Intersindical do Metropolitano de Lisboa, considerando que não há um verdadeiro processo negocial.
Sem aproximação de propostas que serviam as partes envolvidas, ou seja, os trabalhadores e o Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, a Comissão Intersindical criticou a processo negocial: “esbarrámos de novo numa imposição de quem apenas quer fazer alterações unilaterais ao AE e pouco ou nada se preocupa com a melhoria das condições de vida e trabalho, de quem diariamente dá o melhor pela empresa”.
No âmbito das primeiras duas greves parciais, agendadas para terça e quinta-feira desta semana, entre as 05:00 e as 09:30, a empresa Metropolitano de Lisboa prevê que “o metro inicie o serviço de transporte, nesses dias, a partir das 10:15 horas”.
Em declarações à agência Lusa, a dirigente sindical da FECTRANS Anabela Carvalheira explicou que “a greve não é só contra o congelamento salarial”, porque as negociações “vão além da matéria salarial”, defendendo “uma total reposição de efetivos, que está por cumprir” e sublinhando a importância do “preenchimento imediato do quadro operacional e as progressões na carreira”.
Em comunicado, a Comissão Intersindical do Metropolitano de Lisboa referiu que a luta dos trabalhadores é “contra o congelamento salarial; pela aplicação de todas os compromissos assumidos pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, onde se inclui a prorrogação do AE; pelo direito ao transporte e pela reposição imediata de todos os efetivos, cujas promessas até hoje na sua maioria não passaram do papel”.
“Motivos não nos faltam, o importante agora é a união de todos e a construção de uma grande luta, pela dignidade dos trabalhadores, em defesa dos nossos postos de trabalho e do Metropolitano de Lisboa”, frisou a Comissão Intersindical.
O pré-aviso de greve foi entregue em 06 de outubro “devido à falta de respostas às questões colocadas, quer em reuniões com o ministro do Ambiente, quer com o presidente do ML- Metropolitano de Lisboa”, referiu a sindicalista Anabela Carvalheira.
A greve de terça e quinta-feira ocorre entre as 05:00 e as 09:30, para a generalidade dos trabalhadores, e das 09:30 às 12:30 para o setor administrativo e técnico, de acordo com o sindicato.
Os trabalhadores do metro realizaram greves parciais ao serviço em maio e junho tendo em conta as mesmas reivindicações apresentadas para a nova paralisação.
O Metropolitano de Lisboa opera com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião), das 06:30 às 01:00 todos os dias.
A Lusa solicitou à empresa Metropolitano de Lisboa um ponto de situação sobre as negociações com as organizações sindicais representativas dos trabalhadores, aguardando ainda uma resposta.
Comentários