Na segunda-feira, a transportadora estatal anunciou em comunicado “a indisponibilidade” das suas quatro aeronaves, devido à necessidade de “manutenção”, situação que levou à “reprogramação de voos”.
Numa análise ao contexto que a LAM atravessa, o CIP entende que a companhia enfrenta uma “situação alarmante” em que não gera lucros à altura de manter a sua capacidade operacional.
“Com uma estrutura de custos operacionais que supera a sua capacidade de geração de lucro bruto, o défice entre o lucro bruto e os custos operacionais para 2021 foi estimado em 424 milhões de meticais [6,3 milhões de euros]”, refere-se na análise.
“A LAM apresenta incapacidade de exploração do espaço aéreo, devido à ausência de aeronaves suficientes para o efeito, aliada ao fraco investimento e fraca manutenção, apesar de inúmeras intervenções de resgate financeiro pelo Estado à empresa”, lê-se no documento.
Para manter a atividade, a transportadora tem de alugar aeronaves, o que pode encarecer os custos da empresa para o Estado, acrescenta-se.
Outra razão que tem contribuído para o fracasso da LAM reside na falta de “um quadro orientador das políticas salariais para os membros do conselho de administração”.
A lacuna é comum ao setor empresarial do Estado, permitindo que companhias com resultados líquidos negativos tenham uma estrutura salarial pesada, declara aquela ONG.
O CIP enfatiza que a LAM constitui um risco para as finanças públicas, dado que apresenta sistematicamente prejuízos para o Estado.
No último mês, o ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano, Mateus Magala, manifestou no parlamento otimismo quanto à recuperação da empresa a curto e médio prazos, considerando que já começou a sanear as contas.
A Lusa não conseguiu uma reação da transportadora sobre a análise do CIP.
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