“Tivemos discussões e, por agora, sou da opinião que elas vão continuar e quando regressar [à Turquia] falarei com Putin e outros interlocutores”, disse Erdogan no final da cimeira do G20 em Nusa Dua, na ilha indonésia de Bali, citado pela agência espanhola EFE.
Erdogan disse que recebeu a “luz verde” de Putin nas suas últimas conversas com o líder russo, mas não deu pormenores sobre quando é que será oficializada a renovação.
“O caminho para a paz é através do diálogo”, referiu o líder turco, que disse estar convencido de que as exportações dos cereais vão continuar.
“Continuaremos a trabalhar para a extensão ininterrupta deste acordo e para assegurar o fluxo de cereais para os países que mais necessitam, especialmente de África”, disse também, segundo a agência francesa AFP, admitindo a possibilidade de a extensão ser por um ano.
Erdogan foi um dos arquitetos dos acordos assinados em julho, em Istambul, patrocinados pelas Nações Unidas, que permitiram a exportação de quase 11 milhões de toneladas de cereais que estavam bloqueados devido à guerra na Ucrânia.
A Turquia coordena e supervisiona as operações através de um centro instalado no porto de Istambul.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse em Bali, na terça-feira, que os obstáculos à prorrogação do acordo permanecem devido às sanções ocidentais que impedem as exportações russas de cereais e fertilizantes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, que também participou na cimeira, prometeu levantar esses obstáculos.
A guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano, interrompeu as exportações de cereais e fertilizantes produzidos nos dois países, provocando uma subida generalizada de preços e o receio de escassez alimentar a nível global, mas com mais incidência nos países mais pobres.
Em conjunto, segundo a revista britânica The Economist, a Ucrânia e a Rússia forneciam, antes da guerra, 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol.
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