Num excerto da entrevista já disponibilizada online no site da estação televisiva, e que será transmitida na íntegra a partir das 22:00, Luís Montenegro foi desafiado pela jornalista Maria João Avillez a clarificar as relações com o partido Chega.
“Quero garantir uma coisa aos portugueses: não vamos ter no Governo nem políticas nem políticos racistas, nem xenófobos, nem oportunistas, nem populistas. Ou apoio político, se quiser”, assegurou o presidente do PSD.
Luís Montenegro acrescentou ainda que não vai ter o apoio político de quem tenha “posições populistas demagógicas”: “E, sobretudo, eu não quero no meu governo imaturidade, nem irresponsabilidade”, acrescentou.
Neste excerto, o presidente dos sociais-democratas reiterou que entende – ao contrário do que tem dito o Presidente da República – que o PSD já é alternativa ao Governo do PS.
“Há uma alternativa e eu sou a alternativa, com o meu partido, o PSD. Isto é tão claro que, mesmo o argumento que é usado e que vale o que vale, o das sondagens, induz precisamente que essa alternativa existe”, disse.
Na próxima terça-feira, Luís Montenegro vai ter uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, depois de uma semana em que divergiram publicamente sobre se o PSD é já ou não uma alternativa ao Governo.
O Presidente da República voltou a afastar no início da seana a hipótese de dissolução, invocando a conjuntura e falta de “uma alternativa óbvia em termos políticos", e Luís Montenegro respondeu dois dias depois indiretamente a Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha assegurado não estar no bolso nem do Governo nem da oposição.
“O PSD e o seu líder não estão no bolso de ninguém, têm total independência na sua ação política e o PSD assegura ao país, aos portugueses e ao Presidente da República que é alternativa ao Governo do PS e que estamos prontos para assumir todas as consequências de ser alternativa quando for oportuno”, afirmou Montenegro, na quarta-feira.
Um dia depois, o chefe de Estado prometeu avisar se um dia mudar de posição sobre a questão da alternativa política e interrupção da legislatura, confrontado com a afirmação do presidente do PSD de que está pronto para ser Governo.
“Quando eu tiver a dizer sobre essa matéria uma posição do Presidente diferente, eu direi (…) Opiniões há muitas. A posição do Presidente, quem tem de decidir é o Presidente", acrescentou Marcelo.
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