“Pedro Nuno Santos gostava de se apresentar como um fazedor”, mas, face a esta posição da TAP, o agora líder socialista e ex-ministro “será, quando muito, um fazedor de trapalhadas, porque não encontramos, nesta matéria, obra feita”, afirmou.
Rui Rocha falava aos jornalistas à margem de uma visita ao BioBip – Bioenergy and Business Incubator of Portalegre, no Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), que está vocacionado para a incubação de empresas e projetos de base tecnológica.
Acompanhado pelo cabeça de lista da IL por Portalegre, João Leal da Costa, e outros, o dirigente liberal considerou que as posições assumidas pela TAP na contestação à ação judicial põem “em causa a narrativa de Pedro Nuno Santos” relativa à empresa.
“É a própria TAP que, nesse processo judicial, vem dizer que a CEO [ex-presidente executiva], que Pedro Nuno Santos defendeu, que disse fez um excelente trabalho, que disse mesmo que não a teria despedido, incorreu numa série de medidas e procedimentos criticáveis”, referiu.
O presidente da Iniciativa Liberal aludiu ainda ao argumento da TAP de que a empresa “deu lucro não porque Pedro Nuno Santos ou a CEO [ex-presidente executiva] tenham tido um desempenho extraordinário, mas porque isso fez parte do processo de recuperação das empresas”.
“Esta posição da TAP diz inclusivamente que a CEO [ex-presidente executiva] nem sequer tinha contrato”, salientou, vincando que foi criada na transportadora aérea “uma grande confusão até do ponto de vista contratual”.
Sublinhando que Pedro Nuno Santos “não contribuiu em nada enquanto foi ministro para o desenvolvimento do país”, Rui Rocha insistiu na privatização da TAP, porque, caso contrário, haverá “incompetência, interferência e agenda política e não a defesa dos interesses dos portugueses”.
Outra das áreas que o presidente da IL disse haver “insuficiência e incompetência” por parte da governação socialista é na gestão da água.
“A IL, no seu programa eleitoral, apresentará uma visão para a gestão dos recursos hídricos, com a valorização das barragens e das formas de retenção de água”, revelou, dando como exemplo o projeto da barragem do Pisão, no distrito de Portalegre.
Considerando “fundamental que avance” a construção desta barragem, o dirigente liberal defendeu que a futura albufeira “tenham uma capacidade até diferente daquela que está planeada” para levar água “um período mais alargado”.
“É fundamental que exista investimento em barragens, na recuperação das redes de regadio e na construção de uma rede de transvases que possa levar a água dos sítios onde ela é abundante para os sítios onde ela é escassa”, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas sobre a alegada agressão a um jornalista do Expresso num evento na Universidade Católica com o líder do Chega, André Ventura, o presidente da IL disse desconhecer o que se passou, mas frisou que “a violência é sempre condenável”.
A ex-presidente executiva da TAP Christine Ourmières-Widener foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.
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