O presidente norte-coreano supervisionou o projeto durante uma visita a “estaleiros importantes” para a construção de navios de guerra, revelou hoje a agência noticiosa norte-coreana KCNA, que não deu pormenores sobre a localização destas instalações nem a data exata da visita de Kim.

Durante a visita, o líder norte-coreano analisou a construção de “um submarino estratégico de mísseis guiados com propulsão nuclear”, em conformidade com a decisão do regime de reforçar as suas capacidades de defesa.

A KCNA distribuiu também fotografias que mostram a visita de Kim às instalações de construção naval, onde se pode ver a proa de um grande navio e outras grandes estruturas cilíndricas.

Um submarino de propulsão nuclear é um dos sistemas de armamento avançado que Kim prometeu desenvolver durante o Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte de 2021, juntamente com outros ativos, como satélites espiões e mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido.

Kim sublinhou durante a visita ao estaleiro a necessidade de Pyongyang desenvolver também “navios de guerra esmagadores”, como dissuasão das “forças hostis” inimigas, que acusou de levar a cabo atividades militares navais e submarinas, “que ameaçam seriamente a soberania e os interesses” da Coreia do Norte, segundo a KCNA.

Em setembro de 2023, a Coreia do Norte apresentou o que chamou o seu primeiro submarino nuclear tático, capaz de realizar ataques nucleares a partir da água. Kim anunciou então o seu plano de construir mais submarinos, incluindo um de propulsão nuclear.

A Coreia do Sul anunciou na passada quinta-feira o início dos exercícios militares anuais conjuntos das tropas sul-coreanas e norte-americanas na próxima semana.

O exercício Freedom Shield [escudo de liberdade], um treino de posto de comando simulado por computador, com exercícios militares no terreno, decorrerá entre 10 e 21 de março, informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul num comunicado, e desenvolverá respostas a desafios em evolução, como a crescente parceria militar da Coreia do Norte com a Rússia, segundo o comunicado.

A Coreia do Norte considera os treinos militares de larga escala entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos como um ensaio de invasão e responde frequentemente com testes de mísseis e uma retórica inflamada.