Rui Tavares visitou esta manhã o auditório Municipal António Silva, na freguesia de Agualva-Cacém, concelho de Sintra, onde conversou com a companhia Teatro Mosca sobre as dificuldades no setor da cultura. Mas antes de subir ao palco, o dirigente do Livre foi questionado sobre o convite feito este domingo pela coordenadora do BE, Catarina Martins, ao PS, para uma reunião após as eleições.
“As coisas não se passam só entre Bloco de Esquerda e PS, precisam do contributo de toda a esquerda e é com toda a esquerda que vamos ter que falar a seguir”, defendeu, acrescentando que “quem faz a união à esquerda são os eleitores, não são nem os pedidos de reunião nem os apelos ao entendimento”.
Na opinião do cabeça de lista por Lisboa, “toda a gente tem que reunir no dia 31 de janeiro, não é só o Bloco e o PS”, insistindo que um voto no Livre “oferece uma clareza que outros votos não oferecem” uma vez que este partido “nunca votará a viabilização de um governo de direita ou de um orçamento de direita, já o PS não pode dizer a mesma coisa”.
“Tanto Bloco como PS, como qualquer outro partido, se vir que o Livre regressando ao parlamento com uma votação reforçada e preferencialmente com um grupo parlamentar (…) esses partidos verão que é porque o eleitorado de esquerda de facto acarinha a mensagem da convergência e sabe quem é consequente nela”, aditou.
Tavares acrescentou ainda que “as pessoas confiam em quem é coerente nessa mensagem, não em quem muda essa mensagem conforme estamos em campanha eleitoral, na última semana ou um bocadinho antes ou um bocadinho depois”.
“Até vemos com uma certa ironia que partidos que têm nas suas distinções em relação ao PS sempre um discurso que parece às vezes muito afirmativo e cheio de linhas vermelhas mas parecem só concentrados em reunir só com o PS”, criticou.
Na reta final da campanha, com PS e PSD mais aproximados nas sondagens e numa altura em que se multiplicam os apelos ao voto útil, o historiador prevê “uma semana muito tumultuosa do ponto de vista político”, apontando que “mais vale votos a mais do que a menos no Livre”.
Tavares alerta que “meio ponto acima significa eleger um grupo parlamentar e portanto poder de facto começar a alterar a maneira de fazer política em Portugal que falhou ainda agora”, e “meio ponto abaixo” pode repetir o cenário de 2015, em que o Livre aparecia nas sondagens bem posicionado e depois acabou por não eleger.
“As sondagens não elegem ninguém, as boas prestações nos debates não elegem ninguém, mesmo a enorme simpatia que sentimos todos os dias nas ruas é encorajadora mas por si só não elege ninguém, o que elege é votar”, sublinhou.
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