“Nós vamos à raiz do problema, portanto, PCP daqui vos digo temos sim senhor propostas para a habitação e, mais, são boas e bem melhor que as dos comunistas”, disse João Cotrim Figueiredo durante uma arruada na Avenida da Igreja, em Lisboa.

No domingo, o dirigente comunista João Oliveira sustentou que o país viveu nos últimos dois anos uma “pilhagem liberal” e considerou que as ideias dos “propagandistas das ideias liberais” para a habitação são inconcebíveis.

“Porque é que não ouvimos esses modernaços das ideias liberais a falarem de habitação? Porquê? Será que em relação à habitação a solução milagrosa do funcionamento do mercado é uma bomba que lhes rebenta nas mãos? Será que as suas teorias magníficas de que deixando funcionar o mercado e a concorrência não poderá já ter-lhes rebentado na mão?”, questionou, acrescentando que da IL não há “uma única palavra sobre habitação”.

O liberal afirmou que estar a comentar comentários sobre o mercado da habitação vindo de “paladinos da ideologia comunista é quase irónico” porque esse problema, nos países comunistas, é que nunca ficou resolvido.

Além disso, Cotrim Figueiredo advertiu ainda ser mentira que a IL não se tenha pronunciado sobre habitação, frisando ter cerca de 25 páginas sobre o tema no seu programa eleitoral.

“E, somos mais uma vez, o único partido que tem coragem de pôr o dedo na ferida porque se há problemas de habitação em Portugal, seja de escassez, seja do próprio custo, tem a ver com décadas e décadas de falta de coragem de atacar o problema de frente criando um enorme desequilíbrio entre o número de pessoas à procura de casa e o número de casas disponíveis a preços comportáveis”, sublinhou.

A questão dos preços comportáveis depende, acrescentou, do próprio nível de vida das pessoas e, portanto, mais uma vez o crescimento está no centro da questão.

O presidente da IL ressalvou haver um problema de habitação em Portugal porque há falta de casas disponíveis quer para compra, quer para arrendamento.

Dizendo serem problemas diferentes, o liberal explicou que, no que toca à compra, há dificuldades na construção devido aos “enormes encargos” que recaem sobre a atividade, às dificuldades de licenciamento em muitas autarquias e à enorme quantidade de imóveis que está na posse do Estado.

No que respeita ao arrendamento a questão é outra, vincou Cotrim Figueiredo, falando na necessidade de começar a descongelar rendas.

“Isto vai criar dificuldades às pessoas que têm menos recursos para manter a sua renda? vai e é por isso que no nosso programa está explicando que estes processos de transição têm de ser apoiado pelo Estado para que as pessoas que estão nas suas casas não fiquem de repente sem possibilidade de estar nas suas casas”, esclareceu.

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