“As perguntas que contam para quem vive no nosso país são: como vamos nós viver daqui a cinco ou daqui a dez anos, se continuarmos a ignorar a ameaça das alterações climáticas e a construir na costa para um turismo verdadeiramente desregulado, que joga contra as nossas vidas e que se alimenta da mão-de-obra precária, mal paga, tantas vezes informal. Essas são as respostas que contam e é para essas que aqui está o Bloco de Esquerda”, disse Catarina Martins.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, que falava a dezenas de apoiantes num comício realizado na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, no distrito de Setúbal, alertou para a incerteza das posições do Partido Socialista e defendeu que a direita não tem respostas para os verdadeiros problemas dos portugueses.
“A direita não tem resposta, e, por isso, esbraceja neste exercício de saber quem é que pode ser o líder da direita, porque falar ao país não podem”, disse.
“Como pode a direita dos fundos imobiliários, a direita dos cortes nos salários e nas pensões, a direita das privatizações do que é fundamental ao país, a direita das borlas fiscais para os mais ricos, ter qualquer coisa que seja para dizer, que responda às dificuldades de quem aqui vive e quem aqui trabalha”, questionou a coordenadora do BE.
Para Catarina Martins, a “direita não mudou de programa” e, por isso, não será “quem cortou a pensão, quem cortou o salário, quem destruiu a saúde, que vai resolver os problemas do país”.
Mas para a coordenadora do BE, o PS também não dá garantias de uma política de esquerda e tem agitado o “fantasma do Bloco Central” para evitar falar de um programa de esquerda para o futuro Governo.
“Podemos não saber se cada voto no Partido Socialista vai defender o Serviço Nacional de Saúde ou os privados, que eminentes socialistas como Óscar Gaspar ou Germano de Sousa também representam; podemos não saber se um voto no Partido Socialista vai defender quem trabalha ou vai deixar tudo na mesma, com a exploração e o salário médio cada vez mais baixo a ser a regra; podemos não saber se um voto no Partido Socialista vai ser para a Lei do Clima sair do papel, ou para continuar a destruir o nosso território, com minas, com turismo intensivo ou com eucaliptos”, disse.
“Mas há uma coisa que sabemos. Cada voto no Bloco de Esquerda é a expressão dessa força de dignidade de quem trabalha, é a expressão dessa força por salários dignos, dessa força que não desiste do país e que não se resigna a que os jovens emigrem, dessa força que quer um Serviço Nacional de Saúde que atende, todos e todas, em todo o território, dessa força que protege o país que protege quem trabalha. E é no resultado de 30 de janeiro que as maiorias se farão”, concluiu a coordenadora do Bloco de Esquerda.
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