Em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "é fundamental para tudo, quando há da parte de entidades públicas alguma coisa que falha, depois haver relatórios que apurem as responsabilidades".
Sobre o surto de 'legionella' no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, o chefe de Estado referiu que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que iriam ser apuradas "essas responsabilidades, porque há vários inquéritos e relatórios a correr que irão dizer aos portugueses o que é que correu mal", e observou: "Eu já tinha tido a mesma posição no caso de Tancos".
Relativamente ao caso das armas desaparecidas dos Paióis Nacionais de Tancos, no distrito de Santarém, o Presidente da República manifestou-se convicto de que " há de aparecer no final, também, no caso de Tancos, quer a nível interno, quer a nível da investigação do Ministério Público, o apuramento daquilo que se passou".
"Portanto, nos domínios mais variados, é evidente que faz sentido que a Administração Pública esteja sujeita ao escrutínio democrático dos cidadãos e não tenha nada a esconder. Faz parte da transparência normal da vida política e administrativa do país", acrescentou.
Questionado sobre o pedido de desculpas que o ministro da Saúde dirigiu às vítimas da infeção por 'legionella' no Hospital São Francisco Xavier, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Adalberto Campos Fernandes "esteve muito bem" ao "reconhecer a sua quota parte de intervenção numa realidade que não funcionou".
No seu entender, hoje, "com alguma distância", existe a noção de que a situação no Hospital São Francisco Xavier "é muito maior do que se tinha pensado no início".
"E ele enumerou as várias entidades que deviam, de facto, a seu ver, pedir desculpa, e só lhe fica muito bem tê-lo feito", reforçou.
Há onze dias, na sexta-feira dia 03 de novembro, a DGS divulgou um comunicado dando conta de que tinham sido "diagnosticados, no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental - Hospital S. Francisco Xavier, 8 casos de doença dos legionários".
Só na tarde do dia seguinte, quando o número de casos tinha subido para 16, foi tornado público que a bactéria estava no próprio hospital, num segundo comunicado que referia ter sido detetada "a presença de 'legionella'", na sequência da recolha de "amostras em vários pontos dos circuitos de água", e que assegurava já terem sido entretanto "tomadas as medidas adequadas para interromper a possível fonte de transmissão".
O número de pessoas infetadas continuou a aumentar até esta segunda-feira, 13 de novembro, dia em que o total de casos subiu para 50.
Desde o início deste processo, o Hospital São Francisco Xavier manteve-se a funcionar normalmente e com todos os serviços abertos.
A 'legionella' é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.
A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.
[Notícia atualizada às 17:29]
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