Em comunicado, a Campo Aberto, uma das quatro associações subscritoras do documento, refere que o objetivo principal da iniciativa é evitar a destruição do Jardim de Sophia, à Praça da Galiza, com o consequente arranque de 65 árvores naquela zona do Porto, bem como o abate de 503 sobreiros em Gaia, devido às obras programadas para a linha Rosa, que vai ligar São Bento à Casa da Música, no Porto, e da linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila D'Este.
As associações salientam que apresentaram à administração da Metro do Porto, numa reunião em 01 de outubro, propostas alternativas "de melhor desempenho energético e ambiental", mas a empresa "limitou-se a reafirmar a sua posição", salientando a inevitabilidade das soluções que “desrespeitam a Declaração de Impacte Ambiental (DIA)”.
No caso da linha Rosa, a Metro do Porto estava obrigada a "compatibilizar a conceção da estação da Galiza com a preservação integral do Jardim de Sophia” e a empresa "decidiu desrespeitar essa injunção apresentando a sua solução como inevitável, e argumentando que não vai destruir o jardim, mas reconstruí-lo".
Para os peticionários, "este sofisma esconde que o jardim será de facto destruído - quando a DIA é muito clara em obrigar à sua preservação integral - e que sobre os destroços se pretende construir algo inteiramente diferente".
No caso da linha Amarela, dizem as associações, a DIA determina a preservação integral do habitat de sobreiros do Monte da Virgem e a "revisão do projeto" porque se trata ali de um habitat protegido "de inegável valor ecológico e acrescentado valor sociocultural, educacional e paisagístico".
A declaração recomenda ainda que sejam identificadas "alternativas mais favoráveis para a localização do parque de materiais, que também afeta vários exemplares de sobreiro", recomendações que "foram igualmente menorizadas pela Metro".
Considerando que há alternativas ao abate de sobreiros e à destruição do Jardim, as signatárias defendem que tais projetos, nos moldes atuais, devem ser reprovados.
Para além da Campo Aberto, subscrevem a petição que às 18:20 tinha 12 assinaturas, a Associação Cultural e de Estudos Regionais - ACER, o Clube Unesco da Cidade do Porto e o NDMALO - Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro - Grupo Ecológico.
Em setembro, estas associações tinham já denunciado as "mutilações" ambientais previstas com a extensão da rede de metro, contestando, à data, a destruição de três jardins no centro do Porto e o abate de mais de 500 sobreiros em Vila Nova de Gaia.
Na ocasião, questionada pela Lusa, a Metro do Porto esclareceu estar a projetar a plantação de 755 sobreiros nas Serras do Porto, como compensação ao abate de 500 exemplares desta espécie protegida, previsto no projeto de extensão da Linha Amarela, em Gaia.
A empresa esclareceu ainda que, no caso do prolongamento da Linha Amarela, o projeto inicial previa o abate de um maior número de sobreiros, tendo sido adotadas soluções de inserção que permitem alcançar "um impacto bem menor", nomeadamente a redução da área total de implementação na zona do Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, que "foi reduzida em 80 por cento - de 1,6 para 0,3 hectares".
Sobre as intervenções previstas nos jardins da Rotunda da Boavista, do Carregal e o jardim de Sophia, na Praça da Galiza, a empresa não prestou, à data, qualquer esclarecimento.
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