Os sete jovens tinham viagem marcada de regresso a Portugal na quarta-feira, mas acabaram retidos devido à crise política que se vive no Peru, tendo sido obrigados a comprar um novo voo, que está marcado para segunda-feira, mas que ainda não está confirmado.
Em declarações à Lusa, Francisco Rodrigo dos Santos, um dos jovens retidos no Peru, explicou que o seu grupo, de quatro pessoas, já conseguiu ‘check-in’ para um voo de segunda-feira, mas permanece na incerteza da realização da viagem, já que as autoridades de transportes peruanas anunciaram a realização de viagens para sábado e domingo, mas nada disseram sobre o dia seguinte.
Um outro grupo de jovens recém-licenciados em Medicina que tinha feito uma viagem para o Peru está em Cusco e espera também regressar na segunda-feira a Lisboa, no voo com escala em Madrid, mas igualmente sem certezas da sua realização.
Os dois grupos de portugueses retidos têm sido contactados regularmente pela Embaixada de Portugal no Peru, mas os jovens dizem que o acompanhamento não se tem traduzido em qualquer ação prática que os tenha ajudado a encontrar uma solução para o problema
“Há seis ou sete dias que estão em contacto direto connosco, mas nunca houve até agora uma única medida concreta para resolver o problema. Nem uma”, desabafou Francisco Rodrigo dos Santos, queixando-se que da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros português apenas têm ouvido “palavras politicamente corretas”.
Também Paula Casimiro, mãe de Joana Dias, uma das jovens que se encontra em Cusco, confirmou à Lusa que a Embaixada portuguesa no Peru tem acompanhado a situação, mas acrescentou que se tem limitado a saber se os jovens estão em segurança.
“Não se trata da ação concertada que têm tentado fazer passar nos meios de comunicação social. Ainda assim, têm mostrado interesse na situação dos jovens”, reconheceu Paula Casimiro, mostrando-se aliviada por a filha já ter conseguido comprar o voo de regresso, depois de uma travessia desde Machu Picchu até Cusco.
Contactado pela Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros remeteu para as informações transmitidas nos últimos dias, dando conta do acompanhamento próximo dos cerca de 40 portugueses que se encontram retidos no Peru, incluindo os dois grupos de jovens recém-licenciados.
“O MNE tem conhecimento de 40 cidadãos portugueses, que se encontram nas regiões de Cusco, Arequipa e Aguas Calientes (Machu Picchu), retidos devido ao encerramento dos aeroportos e da circulação rodo e ferroviária”, disse o Ministério, na sexta-feira, garantindo que “todos os cidadãos assinalados se encontram em segurança” e em contacto permanente com as autoridades.
As esperanças dos dois grupos de jovens portugueses é que a situação política no Peru estabilize, para que as Forças Armadas garantam a atividade nos aeroportos, em particular no aeroporto internacional de Lima, a partir do qual têm marcadas viagens, via Madrid, de regresso a Portugal.
Francisco Rodrigo dos Santos diz que o seu grupo tem feito algumas viagens desde o hotel até ao aeroporto de Arequipa, para se assegurar de que as vias estão transitáveis.
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