O inquérito esteve online em dezembro e abrangeu 10.000 jovens de 160 países.
“Há atualmente 1,8 mil milhões de jovens entre 10 e 24 anos de idade. Todos os meses, dez milhões atingem a idade de trabalho e percebem que as competências valorizadas no passado não se enquadram nas necessidades do mercado atual”, afirma a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, num comunicado divulgado pela organização, coincidindo com a realização da edição deste ano do Fórum Económico Mundial.
A mesma responsável defende que os jovens querem e precisam de competências digitais, modelos de agricultura moderna, tecnologia verde, gestão e empreendedorismo.
“Numa comunidade cada vez mais global, continuar a fazer tudo da mesma forma não é suficiente”, defende a diretora da UNICEF, chamando o setor privado a desempenhar “um papel fundamental” para colmatar as lacunas existentes e dar aos jovens as oportunidades de que precisam.
As opiniões expressas no inquérito apontam para “uma crise na educação e nas competências”.
De acordo com os dados apresentados, existem 71 milhões de jovens desempregados. Mais de 150 milhões estão a trabalhar, mas vivem com menos de três dólares por dia.
“Globalmente, seis em cada 10 crianças e adolescentes não atingem a proficiência mínima em leitura e matemática e 200 milhões de adolescentes não vão à escola”, lê-se no documento.
A principal prioridade apontada no inquérito (35% das respostas) foi no sentido de mais oportunidades de trabalho, enquanto o segundo pedido mais importante (26%) foi uma melhor educação.
Proteger o planeta e os recursos naturais foi a questão considerada mais importante por 16% dos inquiridos, 15% pretendia mais apoio para a agricultura e o empreendedorismo e 8% solicitou melhor acesso a tecnologia.
Quase metade (47%) referiu que a globalização aproxima as pessoas, mas para 36% está a aumentar a distância entre ricos e pobres.
Mais de três em cada cinco dos inquiridos (63%) acham que os líderes empresariais podem fazer mais para ajudar os jovens a serem bem-sucedidos no mundo globalizado de hoje.
Responderam ao inquérito pessoas com menos de 35 anos, a grande maioria (96%) abaixo dos 30 anos de idade. O sexo masculino está em maioria (61% das respostas), enquanto o feminino representa 37% da amostra.
Por regiões, África teve o maior número de entrevistados (28%), seguindo-se a Ásia (23%), Europa (23%), América Latina (19%), Médio Oriente e Norte de África (6%) e América do Norte (4%).
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