“E posso dizer também, posso testemunhar, que foi a Jornada à qual, durante a semana da Jornada, eu, como responsável pelo setor jovem do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, recebi menos sinalizações de problemas”, disse o responsável numa declaração na sala de imprensa da JMJ, em Lisboa.
Lembrando que fez parte com o atual Papa Francisco das jornadas do Rio de Janeiro, Cracóvia e Panamá, além de Lisboa, João Chagas recordou as palavras do líder da Igreja Católica no domingo, de que foi a mais organizada de todas.
“O Papa disse ontem [domingo] que foi a mais organizada de todas, e eu posso testemunhar que foi a jornada na qual durante a semana eu recebi menos sinalizações de problemas e isso acho que é um dado muito interessante. Porque quando as delegações nacionais não conseguem resolver os problemas com o comité local eles vêm para nós, no Dicastério, para buscar algum tipo de ajuda, e se não vieram, ou vieram pouco, é porque conseguiram resolver os seus problemas”, disse, acrescentando que estão de parabéns a organização portuguesa da Igreja e as autoridades civis.
O dicastério é o equivalente a um ministério num governo civil.
João Chagas falava no que devia ter sido uma conferência de imprensa, mas que se resumiu a duas declarações, a de João Chagas e a de Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ e bispo auxiliar de Lisboa, que garantiu que nos próximos meses serão conhecidas, “com total transparência”, as contas da JMJ.
Na curta intervenção, disse que esses valores serão divulgados para que todos saibam, “até ao último cêntimo” e pediu desculpa aos portugueses por não ter sido capaz de explicar o que era a JMJ, sendo que agora, acrescentou, acredita que estão “convertidos ao que era o belíssimo projeto”.
Américo Aguiar agradeceu também a todos os que trabalharam para a JMJ, de todas as áreas, e às autoridades políticas e autárquicas, terminando a intervenção com a frase: “não tenho qualquer sentimento menos bom em relação a ninguém, absolutamente ninguém”.
João Chagas transmitiu os agradecimentos do Papa pela boa organização da JMJ, disse que os resultados da iniciativa não são mensuráveis pelo menos imediatamente, e falou dos jovens que acompanhou, os que se confessaram com o Papa ou quando almoçaram com ele.
“A Igreja de Portugal não pode medir ainda a riqueza de recursos humanos que aqui fica, tudo aquilo que fica como fruto dessa colaboração, entre a Igreja, as autoridades civis, todas as forças vidas da sociedade, e também dentro da Igreja…”, disse.
Em declarações à agência Lusa, falou também da proximidade dos jovens ao Papa, admitindo que podia ter sido melhor no Parque Tejo, onde havia uma grande área VIP (Very Important Person).
“Os que me perguntam sobre onde colocar quem, nós no Dicastério sempre dissemos, existem os VIP mas existem também os MIP (Most Important People), as pessoas mais importantes de todas, que são os jovens. Da nossa parte, como Dicastério, a nossa indicação foi sempre de colocar os jovens o mais possível próximos ao Papa”, disse, admitindo que é sempre possível fazer melhor.
Sobre se recebeu queixas de falta de acesso dos jovens a água ou a alimentos, reafirmou que recebeu poucas “sinalizações sobre isso” e acrescentou que numa visita de preparação ao Parque Tejo ficou bem impressionado em termos de casas de banho e de pontos de água, salientando não ter recebido reclamações a esse respeito.
A JMJ de Lisboa terminou no domingo, no mesmo dia em que o Papa Francisco, em Portugal desde quarta-feira, regressou ao Vaticano.
O maior acontecimento da Igreja Católica juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo (Lisboa) para uma missa e uma vigília, com a presença do Papa Francisco.
A JMJ começou na terça-feira. O anúncio da escolha de Lisboa foi feito em 27 de janeiro de 2019, na missa de encerramento da JMJ na Cidade do Panamá, pelo prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida. Este dicastério é o organismo do Vaticano que organiza a JMJ com um comité local. A próxima JMJ realiza-se dentro de quatro anos em Seul, na Coreia do Sul.
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