No encerramento da 41.ª Festa do Avante!, a rentrée comunista, Jerónimo de Sousa destacou que o PCP, “nesta nova fase da vida política”, continuou “a desempenhar um papel determinante nos avanços verificados na recuperação, ainda que limitada, das condições de vida do povo.
“Sabemos que estamos aquém do que é necessário para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e do povo. Não é ainda o que é justo e se impõe, mas são avanços que estão para além do que o programa do PS e do seu governo admitiam, e a luta continua e vai seguir o seu caminho”, destacou.
Mas os recados ao PS, cujo Governo minoritário apoiam parlamentarmente desde as últimas eleições legislativas, não ficaram por aqui.
“Também o PS pode continuar a falar da possibilidade da compatibilidade do desenvolvimento do País, com tais imposições e constrangimentos [europeus], mas contrariamente ao que afirmam não há compatibilização possível entre uma política socialmente justa e de real desenvolvimento do País e as imposições e os constrangimentos a que a União Europeia nos sujeita”, alertou.
Para Jerónimo de Sousa, “o país necessita de andar para a frente e não para trás, como pretendem o PSD e o CDS com a sua política de terra queimada, e de adesão e cega obediência às imposições, chantagens e constrangimentos que a partir de Bruxelas são impostos a Portugal”.
O líder comunista deixou bem claro que não se espere do PCP que, “face aos muitos problemas estruturais que o País tem, alinhe ao lado daqueles que gostariam de voltar à política da ‘troika'”.
“Aos que gostariam de estar hoje a impor um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões, a congelar salários, a roubar direitos aos trabalhadores e ao povo português”, concretizou.
O líder do PCP criticou ainda “a convergência que se mantém entre PS, PSD e CDS em matéria de legislação laboral e em opções do domínio económico e financeiro e soberania”, que “mostram a realidade contraditória” em que se movem e em que a luta se desenvolve.
Para o líder comunista, “não há compatibilidade possível entre as necessidades do país e os interesses dos grupos monopolistas que dominam a economia nacional”, avisando que “ignorar esta realidade, fingir que é possível uma política duradoura de recuperação de direitos e rendimentos sem resolver estes problemas estruturais e constrangimentos, sem confrontar os interesses do grande capital, é puro engano”.
A Festa do Avante!, segundo Jerónimo de Sousa, foi construída ao mesmo tempo que dinamizavam lutas de trabalhadores, dando exemplo daquelas “pelo direito à continuação do descanso semanal ao sábado e ao domingo, como na Autoeuropa, por soluções que salvaguardem os seus direitos e assegurem o desenvolvimento da produção”.
“Lutas inseparáveis do papel do movimento sindical unitário e da grande central sindical dos trabalhadores portugueses a CGTP-IN que daqui saudamos”, disse.
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