“Recebemos relatos de que o navio de transporte de automóveis Galaxy Leader, operado pela Nippon Yusen, foi apreendido pelos Huthis enquanto navegava para sul no Mar Vermelho, ao largo da costa do Iémen”, disse o porta-voz do governo japonês.
“O governo condena veementemente tal ato”, acrescentou Hirokazu Matsuno.
No domingo, um dos líderes dos Huthis disse à Agência France-Press (AFP) ter apreendido e assumido o controlo de um navio comercial propriedade de um empresário israelita.
Uma fonte marítima do Porto de Hodeida, controlado pelos rebeldes, disse que o grupo “apreendeu um navio comercial levando-o para o porto de Al-Salif, em Hodeida”.
Esta informação surge depois de o grupo rebelde iemenita ter avisado que vai atacar todos os navios que sejam propriedade ou operados por empresas israelitas ou com bandeira israelita no Mar Vermelho, em resposta à ofensiva contra a Faixa de Gaza na sequência dos ataques de 07 de outubro do movimento islamita palestiniano Hamas.
Por sua vez, o exército israelita negou que se tratasse de um navio israelita.
“O navio saiu da Turquia com destino à Índia, com civis de várias nacionalidades a bordo, mas nenhum israelita. Não é um navio israelita”, sublinhou o exército.
De acordo com o Ministério dos Transportes japonês, não estava também nenhum cidadão japonês a bordo.
Os Houthis, que controlam a capital do Iémen, Saná, fazem “parte do eixo de resistência” contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irão como o Hamas palestiniano e o Hezbollah libanês.
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou “veementemente o ataque iraniano a um navio internacional”.
“Este é um novo ato de terrorismo iraniano”, referiu, em comunicado.
“O navio, que pertence a uma empresa britânica e é operado por uma empresa japonesa, foi sequestrado sob a direção do Irão pela milícia Huthis iemenita”, concluiu Netanyahu.
A Nippon Yusen, a operadora japonesa do navio, disse hoje que não poderia confirmar imediatamente quem era o proprietário do navio.
Os Huthis anunciaram, no final de outubro, que realizariam ataques contra Israel até que este pusesse fim à sua ofensiva contra Gaza, após o que efetuaram vários lançamentos de mísseis e drones em território israelita para defender “o direito do povo palestiniano à autodefesa”.
Israel lançou a ofensiva contra o enclave na sequência dos ataques do Hamas, em 7 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e 240 reféns.
As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, referiram que mais de 13.000 pessoas foram mortas, incluindo mais de 5.000 crianças, enquanto mais de 180 palestinianos foram mortos pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
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