“Todo o material foi enviado para estados e municípios. Se algum estado/munícipio não utilizou deve apresentar os seus motivos”, disse o chefe de Estado, citado pela imprensa local.
Em causa está uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, que noticiou que 6,86 milhões de testes RT-PCR para o diagnóstico da doença, adquiridos pelo Ministério da Saúde brasileiro, perderão a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021.
Até ao momento, o Sistema Único de Saúde do Brasil ainda só utilizou cinco milhões de testes dessa metodologia, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
Além dos 6,86 milhões cuja validade termina em janeiro, e que estão armazenados em Guarulhos, no estado de São Paulo, a tutela da Saúde tem ainda 212.900 testes que vencem em fevereiro e 70.800 que expiram em março.
Apesar de Bolsonaro colocar a responsabilidade nos estados e municípios, essas autoridades locais alegam que o Ministério da Saúde entregou o material incompleto, como falta de reagentes ou tubos de laboratório, e que há dificuldades para processá-los.
“É um absurdo dizerem isso [que estados e municípios não quiseram usar]. Primeiro, não sabíamos que havia essa quantidade de teste aguardando. Segundo, já havíamos alertado do problema. Não adianta entregar os testes sem o material de recolha. Parte desse material só chegou em agosto, outra em setembro. Não dimensionaram a quantidade de testes que o país consegue fazer”, disse o presidente do conselho nacional de secretários estaduais de saúde, Carlos Lula.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6 milhões de casos e 169.183 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.
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