Segundo o jornal israelita, tanto o Ministério da Justiça como os advogados do Exército estão a tentar evitar que isso aconteça e, também, Netanyahu, o Ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dremes, e países amigos de Israel, bem como os Estados Unidos, estão a tentar convencer o procurador-geral do TPI, Karim Khan, a atrasar ou mesmo impedir a emissão dos mandados.
Fontes do governo israelitas, que o Haaretz não identifica, acreditam que os mandados de prisão poderiam ser entregues a Netanyahu, Gallant e Halevi um dia desta semana.
Israel, como outros países como os Estados Unidos, a Rússia ou o Irão, não reconhecem a autoridade do TPI, mas os 123 países que o reconhecem seriam obrigados a prender os visados e entregá-los ao tribunal de Haia.
Segundo o ex-procurador-geral adjunto israelita Roy Schondorf, citado pelo Haaretz, a emissão de mandados de detenção poderia levar a medidas contra Israel, como um embargo de armas ou sanções económicas.
O jornal destaca algumas das declarações que vários dos mais altos responsáveis do país fizeram ao longo de 206 dias, como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, que exigiu o corte de abastecimento na Faixa de Gaza, argumentando que “é o que os assassinos de crianças merecem”.
Nos 206 dias de guerra, o exército israelita matou mais de 34.400 palestinianos e levou Gaza a uma situação catastrófica, destruindo todo o tipo de infraestruturas civis e serviços básicos.
O grupo palestiniano Hamas está atualmente a estudar a última proposta de tréguas colocada sobre a mesa por Israel para uma troca de reféns por prisioneiros palestinianos.
Israel alertou que esta é a última tentativa de chegar a um acordo antes de uma invasão terrestre de Rafah, onde estão aglomerados 1,4 milhões de palestinos.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) alertou em numerosas ocasiões que qualquer ofensiva militar planeada por Israel contra a densamente povoada província de Rafah, na Faixa de Gaza, pode constituir “crimes de guerra”.
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