O texto, que deve ainda passar por votação da Knesset (parlamento israelita), é considerado pela oposição uma "caça às bruxas" contra as organizações opostas à colonização dos territórios palestinianos ocupados e contra os defensores dos direitos humanos.
A votação foi de 50 votos a favor e 43 contra, no final de um debate tenso. O projeto de lei, cujo exame foi adiado em duas ocasiões nas últimas semanas, espera obrigar as ONGs a divulgar a verba recebida dos governos estrangeiros.
Ayelet Shaked, artífice deste projeto e ministra da Justiça de um dos governos mais conservadores da história de Israel, assegura que a medida não visa nenhuma ONG em particular.
No entanto, só as ONGs consideradas de esquerda serão alvo do objetivo do texto, visto que as organizações de direita, especialmente as favoráveis à colonização, beneficiam de doações privadas, na maioria americanas.
Entre as principais organizações na mira da lei e apoiadas economicamente pela União Europeia estão a Paz Agora, anti-colonização; B'Tselem, uma organização de defesa dos direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados; e a Breaking The Silence, que critica a atuação do exército israelita contra os palestinianos.
O projeto prevê que as ONGs que recebam mais de metade do seu financiamento de governos estrangeiros mencionem esse facto em todos os relatórios oficiais e que os seus representantes tenham uma identificação especial no parlamento.
O projeto de lei gerou uma onda de críticas internacionais. Os Estados Unidos expressaram preocupação sobre o texto através do seu embaixador, enquanto que o colega da União Europeia (UE), Lars Faaborg-Andersen, transmitiu diretamente a Shaked as reservas da UE.
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