Trump prometeu concluir o “acordo final” entre israelitas e palestinianos, mas embora as suas linhas ainda não tenham sido reveladas os palestinianos temem poder ser os grandes perdedores.
Falando na segunda-feira à noite na Conferência Internacional sobre a Unidade Islâmica organizada anualmente em Teerão, Larijani declarou que o “acordo do século”, como é designado por Trump, é uma “conspiração” dos Estados Unidos e de Israel para determinar a dominação do Estado hebreu sobre o Médio Oriente, indicou hoje a Isna.
“Lutaremos contra o regime israelita e não deixaremos que o acordo se concretize. Se os norte-americanos impõem atualmente sanções ao Irão e o pressionam é porque o Irão resiste contra Israel”, disse.
Washington e o seu aliado israelita querem “enterrar a questão palestiniana”, acusou.
“Para atingir os seus objetivos tentam criar novos acordos políticos na região (…) e dar destaque à questão dos xiitas e dos sunitas”, adiantou.
Larijani assegurou que o Irão xiita não diferencia xiitas e sunitas: “ajudamos (os movimentos palestinianos sunitas) Hamas e Jihad Islâmica do mesmo modo que ajudamos o (movimento xiita libanês) Hezbollah”.
Citando a Arábia Saudita (sunita e grande rival regional do Irão) e os Emirados Árabes Unidos, o responsável iraniano alertou ainda as monarquias do Golfo, cortejadas por Israel, contra qualquer normalização de relações com o Estado hebreu.
Os governos dos países árabes “devem saber que não ganharão nada”, disse Larijani, adiantando: “os povos da região, em cada país, consideram Israel como um tumor cancerígeno e odeiam-no”.
Entre os países árabes, Israel só tem relações diplomáticas com o Egito e a Jordânia, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem proclamado que as novas realidades regionais, a começar pela expansão da influência do Irão, criam uma convergência de interesses e Israel tem estado envolvido numa ofensiva diplomática junto dos Estados do Golfo.
Netanyahu esteve em Omã, no dia 25 de outubro, onde foi recebido pelo sultão Qabous ben Saïd, no primeiro encontro a este nível entre os dois países desde 1996, e no último mês a ministra da Cultura e Desporto israelita, Miri Regev, visitou a grande mesquita Sheikh Zayed de Abu Dhabi, quando se deslocou ao emirado para acompanhar a equipa nacional de judo ao Grand Slam de Abu Dhabi, enquanto uma delegação israelita, que incluía o ministro das Comunicações, Ayub Kara, esteve no Dubai para uma conferência internacional sobre cibersegurança.
O ministro dos Transportes israelita, Yisrael Katz, apresentou há duas semanas em Mascate, Omã, um projeto de uma linha ferroviária ligando o Mediterrâneo aos países do Golfo através do seu país.
Historicamente os países árabes apontavam a solução da questão palestiniana como condição para uma normalização de relações com Israel.
Comentários