“Esperamos que ocorra até ao final do ano iraniano”, que se completa em 20 de março, declarou aos jornalistas à margem de uma reunião na capital austríaca de acompanhamento do acordo nuclear de 2015.
Este órgão será o pendão e o parceiro da entidade Instex, formada no início de fevereiro pela União Europeia (UE) apesar das críticas norte-americanas.
A UE sugeriu este instrumento para permitir que Teerão continua a beneficiar das consequências económicas do acordo de 2015 e de permanecer parte integrante da entidade, na sequência do restabelecimento das sanções de Washington contra o Irão em novembro.
O Presidente norte-americano Donald Trump denunciou unilateralmente em maio de 2018 o texto negociado pela administração de Barack Obama, ao qual se opôs veementemente.
Na prática, o Instex, com sede em Paris, deve funcionar como uma câmara de compensação, permitindo ao Irão continuar a vender petróleo e importante em contrapartida produtos ou serviços necessários para a sua economia.
A formação de um organismo semelhante do lado iraniano surge como tecnicamente delicada, porque “não deve ter qualquer relação com o Banco central do Irão, alvo de sanções americanas, e respeitar as regras internacionais contra o branqueamento de dinheiro e de financiamento do terrorismo”, referiu fonte europeia citada pela agência noticiosa AFP.
Araghchi precisou que o diretor do Instex, o alemão Per Fischer, é esperado em Teerão “muito em breve para manter discussões em círculo restrito com os seus homólogos iranianos”.
“Uma estrutura semelhante [ao Instex] vai ser criada muito rapidamente e estas duas estruturas trabalharão em conjunto”, assegurou. Existe “um forte apoio” de todas as partes para que o acordo possa perdurar apesar das manobras norte-americanas, assegurou o diplomata iraniano.
Mikhaïl Ulianov, o representante russo nesta reunião que juntou igualmente a China, França, Reino Unido e Alemanha, confirmou à AFP que todas as partes envolvidas estão “unidas sobre a necessidade de salvar” o acordo.
Araghchi reconheceu, no entanto, a necessidade de algum tempo para estabelecer se o futuro mecanismo “vai funcionar corretamente e produzir resultados”.
No início de fevereiro, o Guia supremo iraniano, Ali Khamenei, considerou, numa referência a este tema, que “não se deveria confiar nos europeus”.
Na segunda-feira, perante o executivo da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o diretor-geral Yukiya Amano confirmou perante este organismo da ONU que o Irão continua a respeitar os compromissos incluídos no acordo de 2015.
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