“No domingo falei com o presidente (norte-americano Donald) Trump. A conversa centrou-se principalmente no Irão. A continuação desta conversa com o secretário de Estado (Mike) Pompeo focar-se-á principalmente no Irão e em duas outras questões: a aliança defensiva com os EUA, que eu gostaria de desenvolver, e o futuro reconhecimento norte-americano da aplicação da soberania israelita no vale do Jordão. Estas são questões muito importantes”, declarou o primeiro-ministro israelita em funções aos jornalistas no aeroporto Ben Gurion, segundo extratos divulgados pela sua assessoria de imprensa.
“Vou agora partir para Lisboa onde me encontrarei com o primeiro-ministro português (António Costa). No entanto, o meu principal objetivo é, em primeiro lugar, encontrar-me com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo”, disse Netanyahu.
O encontro de hoje entre Netanyahu e Pompeo em Lisboa será o primeiro entre os dois responsáveis desde que a administração norte-americana anunciou, em meados de novembro, que os Estados Unidos deixam de considerar os colonatos israelitas na Cisjordânia contrários ao direito internacional, abandonando uma posição que o Departamento de Estado defendia desde 1978.
Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, a reunião com Pompeo permitirá a Netanyahu um impulso, numa altura em que luta pela sobrevivência política após ter falhado por duas vezes a formação de um executivo, na sequência das legislativas de abril e de setembro, e de ter sido acusado em três casos de corrupção.
A uma semana das eleições de setembro, Netanyahu prometeu anexar uma parte da Cisjordânia, aplicando a soberania israelita sobre o vale do Jordão, que representa cerca de 30% daquele território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
Após o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel faz na sexta-feira dois anos e da soberania israelita sobre os Montes Golã, grande parte dos quais foram conquistados à Síria e cuja anexação não foi reconhecida pela comunidade internacional, Netanyahu espera conseguir o apoio da administração de Trump à anexação de grande parte da Cisjordânia.
A AP assinala que esta medida destruiria quase certamente quaisquer esperanças palestinianas de conseguirem um Estado independente.
O encontro do primeiro-ministro israelita com o seu homólogo português, marcado para quinta-feira, terá como tema as relações bilaterais entre Portugal e Israel, disse à Lusa fonte oficial do executivo de António Costa.
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