A manifestação – que foi convocada pelo Estado iraniano – ocorreu no momento em que a guerra entre Israel e o Hamas entra na sua quarta semana. Cerca de 1.400 pessoas foram mortas em Israel e mais de 240 foram feitas reféns após o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro. A operação de retaliação israelita matou mais de 9.000 pessoas na Faixa de Gaza.
Os manifestantes reuniram-se em frente à antiga embaixada dos EUA, em Teerão, capital do Irão, tendo algumas delas queimado bandeiras norte-americanas e israelitas.
Pisaram imagens do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu e do Presidente dos EUA, Joe Biden, enquanto outros carregavam cartazes chamando os EUA de “Grande demónio”. Na faixa no pódio principal lia-se: “Pisamos a América com os nossos pés”.
O porta-voz do parlamento iraniano, Mohammad Bagher Qalibaf, dirigiu-se à multidão, criticando o apoio dos EUA a Israel.
“Consideramos os Estados Unidos um dos principais culpados de todos estes crimes, em Gaza e contra os palestinianos”, afirmou.
Qalibaf afirmou que o ataque do Hamas a Israel causou danos “irreparáveis” aos serviços de informação e à segurança do Estado israelita.
Numa declaração publicada em nome dos manifestantes no final da manifestação, apelaram a um “cessar-fogo imediato” em Gaza e avisaram os EUA, a Grã-Bretanha e a França de que a crise poderia expandir-se na região. A declaração terminou com a promessa de que os iranianos apoiariam a Palestina “até à vitória final”.
A manifestação teve início na Praça da Palestina, no centro de Teerão. Os manifestantes caminharam cerca de dois quilómetros até chegarem ao antigo complexo da Embaixada dos EUA. A televisão estatal mostrou imagens de manifestações semelhantes noutras cidades e vilas iranianas.
A manifestação anual é um palco de sentimentos antiocidentais e atrai habitualmente multidões furiosas.
Na quarta-feira, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei criticou os EUA pelo seu apoio a Israel, afirmando que o estado hebraico teria paralisado sem o apoio americano.
Na sua comunicação apelou ao fim da guerra entre Israel e Hamas e às nações de maioria muçulmana para que ponham termo à cooperação económica com o estado judaico.
O Irão é um conhecido apoiante de grupos militantes anti-israelitas, como o Hamas palestiniano e a Jihad Islâmica, bem como o Hezbollah libanês.
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