"O PSD solicita que seja extraída certidão das várias respostas do Dr. Armando Vara e que seja remetida ao Ministério Público", disse o deputado social-democrata Hugo Soares, depois de já se ter envolvido numa troca de palavras mais duras com o antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
O antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara assegurou hoje que foi o então ministro Teixeira dos Santos que o convidou para a gestão do banco público e que não debateu o assunto com o então primeiro-ministro, José Sócrates.
Questionado pelo deputado do CDS-PP João Almeida sobre quando falou com José Sócrates acerca do convite que lhe foi endereçado, Armando Vara respondeu que nunca o fez.
"Nunca falei com ele sobre esta matéria", sublinhou, afastando também que tenham ocorrido contactos com Sócrates sobre o banco durante desempenhou lá funções.
Hugo Soares, deputado do PSD, insistiu no tema e perguntou a Vara se tinha falado com o antigo primeiro-ministro sobre o banco público enquanto lá trabalhou.
"Não me lembro de ter falado com o engenheiro Sócrates sobre a CGD, por muito estranho que pareça. Se tivesse falado lembrar-me-ia", disse o antigo administrador do banco estatal.
Hugo Soares enfatizou: "Não falou ou não se lembra", com Vara a insistir que não se lembra.
"Não se lembra, mas não nega que tenha falado", anotou o deputado social-democrata.
Hugo Soares continuou a insistir, questionando: "Lembra-se que há uma dezena de anos almoçou com o Dr. Campos e Cunha no CCB, mas não se lembra de ter falado sobre a CGD com o engenheiro Sócrates. Ninguém acredita que o senhor não se lembra se falou com o engenheiro Sócrates sobre a CGD".
"Não fico prisioneiro daquilo que você pensa, nem do que você acha que os outros pensam. Sempre me habituei a ser leal e a falar com franqueza. Isso talvez suscite algumas reações a quem não está habituado a isso", retorquiu Vara.
E rematou: "Eu não tenho ideia de, enquanto o primeiro-ministro foi primeiro-ministro e eu fui administrador da CGD, termos falado sobre assuntos da CGD, porque essa era uma matéria da competência do presidente Santos Ferreira".
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