Uma manifestação de apoio ao ex-chefe de Estado aconteceu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) na Avenida Paulista, ponto central da cidade, enquanto um protesto com opositores de Lula da Silva foi organizado no mesmo local, a pouco mais de um quarteirão de distância.
Nenhum dos grupos conseguiu reunir um grande número de participantes.
Bergair de Oliveira Valetim, 61 anos, reformada, estava entre os manifestantes vestidos com camisolas vermelhas, cor usada por movimentos de esquerda do Brasil, que lamentavam a condenação de nove anos e seis meses imposta ao ex-presidente.
“Vim até aqui mostrar minha indignação com a condenação do Lula [da Silva] Nós não admitimos que continue havendo injustiças como esta de um ex-presidente ser condenado sem provas”, disse à Lusa.
“Estarei em mais atos se for preciso para defender o Presidente”, acrescentou.
A reformada também declarou ter esperança que Lula da Silva consiga reverter a sentença com o recurso que os seus advogados prometem apresentar noutro tribunal brasileiro de segunda instância.
No outro protesto, Rossana Massari, de 54 anos, desempregada, usando uma bandeira do Brasil e uma camisola da seleção de futebol do país, comemorava a condenação.
Cantando “Lula na cadeia”, ao lado de outra mulher que batia uma panela e também cantava, disse que esperava há mais de um mês a condenação do ex-presidente.
“Hoje estou aqui para comemorar, o Lula [da Silva] pensava que era um rei e que conseguiria escapar, mas das mãos do juiz Sérgio Moro ele não escapou (…) Achei só um absurdo ele ainda não ter sido preso”, disse.
Em tom de crítica, Rossana Massari disse esperar que os juízes brasileiros mantenham a sentença do ex-chefe de Estado porque “a Lava Jato não pode fazer tudo sozinha. Não vou parar de protestar e não descarto que tenhamos um conflito civil organizado”.
Na quarta-feira, Lula da Silva foi considerado culpado de ter recebido vantagens ilícitas da construtora OAS num processo que investiga a propriedade de um apartamento de luxo no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo.
A sentença foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato.
O magistrado considerou que Lula da Silva recebeu o apartamento como vantagem indevida para favorecer os interesses da OAS junto do Governo brasileiro.
O ex-Presidente brasileiro foi condenado a nove anos e meio de prisão, mas irá recorrer da sentença em liberdade.
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