O relatório semanal do INSA sobre a evolução da covid-19 avança que a média do Rt — indicador que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus — subiu para 0,97 a nível nacional entre 01 e 05 de novembro, depois de estar em 0,87 no período entre 25 e 29 de outubro.
Segundo os dados hoje divulgados, três regiões apresentam um Rt superior ao limiar de 1, caso dos Açores (1,38), que regista o valor mais elevado do país, da Madeira (1,31) e do Algarve (1,08).
Este indicador está em 0,92 no Norte, em 0,88 no Centro, em 0,98 em Lisboa e Vale do Tejo e em 0,91 no Alentejo, refere o INSA.
O número médio de casos diários a cinco dias também aumentou, de 735 para 820 a nível nacional, sendo mais baixo no continente (698), adianta o relatório, ao salientar que, no comparativo europeu, Portugal apresenta uma taxa de notificação acumulada a 14 dias entre 120 e 239.9 casos por 100 mil habitantes, ou seja, “moderada e com tendência decrescente”.
Vários especialistas têm alertado que desde o fim da situação de alerta em Portugal continental, em 01 de outubro, o número de casos notificados não corresponde ao número real de contágios, devido à redução da testagem à covid-19.
Com a decisão do Governo de não renovar a situação de alerta, cessou a vigência de diversas leis, decretos-leis e resoluções aprovadas no âmbito da pandemia, alterações que influenciaram a “vigilância de base populacional e consequente interpretação dos indicadores” da covid-19, reconheceram recentemente a Direção-Geral da Saúde e o INSA.
Na prática, além de o isolamento deixar de ser obrigatório, os testes à covid-19 deixaram de ser prescritos através do SNS24 e passaram a ser comparticipados mediante prescrição médica, à semelhança de outras análises e meios complementares de diagnóstico.
No início deste mês, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes adiantou à Lusa que o número real de casos pode ser cerca de três vezes superior aos registados pelas autoridades de saúde, estimando um mínimo de 2.000 novas infeções diárias pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Na sexta-feira, a sede do Infarmed, em Lisboa, volta a receber uma sessão de apresentação sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, mas o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, já afastou hoje a hipótese, “pelo menos no curto prazo”, de regressar ao estado de alerta e impor medidas de saúde pública para combater a doença.
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