A descolagem estava prevista para as 2h51min desta segunda-feira, hora local (21:21 de domingo em Lisboa), a partir da estação espacial de Sriharikota na costa este da Índia. No entanto, a missão foi parada a 56 minutos do lançamento.
"Foi detectado um problema técnico no sistema de lançamento do veículo no minuto T-56", publicou a ISRO no Twitter, sem especificar qual o defeito que impediu a missão de ocorrer. "Como medida de precaução, o lançamento da Chandrayaan-2 foi cancelado. Uma nova data será anunciada posteriormente", lê-se na publicação.
A missão Chandrayaan-2 ("Carro Lunar" em hindi) inclui um vaivém, um módulo de descida e um rover (veículo de exploração). O conjunto será propulsionado por um foguete GSLV-MkIII, o mais potente exemplar indiano, equivalente a um foguete europeu Ariane 4.
Segundo a BBC, espera-se que a aterragem do módulo de descida e do rover ocorram em início de setembro no polo sul da Lua, tornando-se o primeiro engenho espacial a aterrar naquela zona.
O orbitador, deverá levar a cabo uma missão de um ano para captar imagens da superfície lunar e analisar a sua atmosfera. Já Pragyan, o rover indiano, que pesa 27 quilos, procurará no solo lunar vestígios de água, minerais e "sinais fósseis do sistema solar primitivo", indicou a ISRO. O veículo, alimentado a energia solar, deve a princípio funcionar durante um dia lunar, o equivalente a 14 dias terrestres, e poderá percorrer até 500 metros.
Esta missão indiana ocorre num contexto de intensificação do interesse internacional pela Lua, visitada por humanos pela última vez em 1972. Até à data apenas três países foram capazes de fazer aterrar engenhos na Lua: os Estados Unidos da América, a China e a antiga União Soviética.
Atualmente, são vários os países que planeiam voltar a enviar homens à Lua, já que o regresso a este astro é visto como uma etapa inevitável na preparação dos voos tripulados para paradeiros mais distantes, principalmente Marte. O governo de Donald Trump, por exemplo, pediu à NASA, a agência espacial dos EUA, que volte a enviar astronautas em 2024.
O projeto Chandrayaan-2 é a segunda missão lunar da Índia, país que, há 11 anos, na missão Chandrayaan-1, colocou uma sonda na órbita da Lua.
O programa espacial indiano destaca-se por combinar objetivos ambiciosos com recursos muito mais baixos que os dos seus homólogos, o que não tem sido impeditivo para avançar rapidamente. A ISRO propõe-se a envia rtrês astronautas ao espaço, no seu primeiro voo tripulado, antes do final de 2022 , e aspira, para além disso, construir a sua própria estação espacial nos próximos dez anos.
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