Numa pergunta entregue na Assembleia da República, dirigida ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, o deputado José Luís Ferreira questiona o Governo “sobre a existência de inúmeras infraestruturas de telecomunicações afetadas pelos grandes incêndios de 2017, que ainda se encontram colocadas de forma provisória e de outras que, embora tenham ardido, ainda não foram retiradas, o que tem levado a que sobretudo os mais idosos tenham ficado ainda mais isolados e incontactáveis”.

No texto, hoje divulgado e a que a Lusa teve acesso, José Luís Ferreira lembra que após os incêndios de 15 e 16 de outubro do ano passado, no norte e centro do país “uma percentagem muito significativa da população esteve meses a fio sem comunicações, em particular os clientes da operadora Altice”.

“Apesar de já terem sido repostas as infraestruturas de comunicações, em algumas situações com padrões de qualidade abaixo ao que existia, decorrido um ano após estes grandes incêndios uma parte considerável destas infraestruturas ainda se encontra colocada de forma provisória”, argumenta.

O deputado do partido ‘Os Verdes’ alega que em várias localidades afetadas “existem postes de telefone queimados e caídos e outros em risco de queda, bem como inúmeros cabos no chão ou amarrados sob as árvores, mesmo os que foram colocados à posteriori para repor as telecomunicações”.

Classificando a situação de “inadmissível” mais de um ano depois dos referidos incêndios, José Luís Ferreira aponta a “degradação paisagista” que dela resulta mas sobretudo o “risco de segurança” que representa para os cidadãos “pois muitos destes postes encontram-se próximo de habitações e nas proximidades de vias onde circulam diariamente inúmeras pessoas”, avisa.

O deputado questiona se o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas tem conhecimento da situação descrita e quer saber que medidas irão ser tomadas pelo Governo “no sentido de que a operadora Altice recoloque definitivamente as infraestruturas que se encontram em situação provisória”.

“Para quando se prevê em termos definitivos a recolocação das infraestruturas e a remoção dos postes e fios queimados de forma a garantir a segurança das pessoas?”, conclui José Luís Ferreira.