Fernando Medina falava hoje no congresso anual da Ordem dos Economistas, intitulado “Portugal e os desafios do presente: o papel dos economistas e gestores”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
“Cerca de 13% da nossa população empregada correspondem a trabalhadores imigrantes”, disse.
O governante defendeu que perante os riscos sobre a economia de um “inverno demográfico, a que Portugal não é alheio, é essencial valorizar a capacidade da atração e acolhimento de imigrantes” no país.
“Desde 2017, assistimos a saldos migratórios positivos num total acumulado de 323 mil pessoas. Hoje, e sublinho a importância deste número, 600 mil trabalhadores estrangeiros integram a nossa força de trabalho”, afirmou.
Perante estes dados, Medina sublinhou a importância da “integração” e do “acolhimento e a “rejeição absoluta a todas as formas de exclusão, de xenofobia e de racismo”.
“Pelas razões da humanidade, claro, em primeiro lugar, pelas razões da dignidade da pessoa humana, sim, à cabeça, mas também por esta razão direta e simples. Esta é, hoje, parte integrante e absolutamente essencial ao crescimento da economia portuguesa”, argumentou.
O ministro detalhou que o número total de trabalhadores em Portugal aproxima-se dos cinco milhões, “um novo máximo histórico”, que se traduz “num aumento de perto de 20% da população empregada em cerca de 10 anos”.
“Ao mesmo tempo, as remunerações crescem de forma robusta: 8% nas retribuições declaradas à Segurança Social em 2023, começando a compensar os efeitos da inflação, em particular de 2022”, apontou.
Fernando Medina destacou ainda a evolução da qualificação do mercado de trabalho em Portugal, apontando que entre 2015 e 2022, a população empregada com ensino secundário ou superior passou de 2,2 milhões, 52% do total, para 3,2 milhões, 66% do total.
Segundo Medina, tal traduz-se em mais um milhão de postos de trabalho de média e alta qualificação.
Ainda assim, sublinhou que ainda há trabalho a fazer: “Não se retire das minhas palavras que todo o caminho está feito ou de que todas as dificuldades estão superadas e que Portugal tem hoje uma estrutura de recursos humanos comparável com outros países mais desenvolvidos”, disse.
“Não tem. Mas neste caso, na teoria do copo meio cheio e do meio vazio, há duas certezas. O copo tem vindo a encher e só vai continuar a encher. Em segundo lugar, está a encher de forma muito mais rápida do que muitos de nós esperávamos não há muito tempo atrás”, disse.
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