Na mensagem “Seminário com Cristo para ser enviado”, o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, o bispo António Augusto Azevedo, reconhece que “os seminários são instituições marcantes em cada diocese”, como “lugares que evocam memórias únicas, momentos e vivências inesquecíveis do percurso pessoal e da história das Igrejas locais”, mas a semana de oração “é sobretudo ocasião para tomar consciência da realidade atual, que, em alguns casos, não deixa de ser preocupante, dado o reduzido número de alunos”.
“Esta situação não é nova, mas tem sido constante nas últimas décadas”, acrescenta o também bispo de Vila Real, exortando a que se olhe “com fé e realismo para o contexto presente”, que leva “também a identificar e valorizar os sinais promissores e as tendências que alimentam a esperança” face à “percentagem cada vez maior de candidatos ao seminário provenientes de novos meios sociais e culturais e com percursos pessoais diversificados”.
Apontando para os próximos tempos, António Augusto Azevedo considera que, “mais do que exaltar glórias do passado ou carpir preocupações do presente, será mais sábio e útil sonhar e preparar o futuro (…)”, tendo em conta que, “de acordo com os desafios do Papa Francisco, a renovação do rosto da Igreja passará por ser mais sinodal e menos clerical”.
“Será o de uma Igreja menos assente ou dependente da figura do presbítero; será o de uma comunidade cristã em que se articulam os ministérios do presbítero, do diácono e dos leigos. Este caminho de futuro pode começar a ser preparado nos seminários, mas vai precisar do compromisso de todos os cristãos. Aos presbíteros, os novos tempos vão exigir uma melhor formação em ordem ao cumprimento mais autêntico daquilo que lhes é específico: presidir, anunciar, santificar”, acrescenta o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
Na mensagem para a Semana de Oração pelos Seminários, o bispo António Augusto Azevedo sublinha que “o seminário sempre teve, e continua a ter, um papel determinante no estilo, no modo de ser presbítero em cada diocese”, mas alerta que não pode ser ignorado “neste processo formativo, a importância da família ou da comunidade cristã, do meio escolar ou do grupo de amigos, dos movimentos e outras realidades eclesiais, bem como a influência crescente de uma cultura cada vez mais digital”.
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