A ajuda anunciada pela Alta Comissária para a Política Externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, de 3,5 milhões de euros, foi questionada no parlamento, durante a audição ao ministro Augusto Santos Silva, pelo social-democrata Duarte Marques que considerou que “parece pouco” face à devastação causada, pelo bloquista Pedro Filipe Soares, que perguntou se Bruxelas “não rateia esforços”, e pelo democrata-cristão Pedro Mota Soares, que perguntou o que vai acontecer daqui para a frente.
Na resposta, Augusto Santos Silva recusou que a ajuda europeia seja limitada, frisando nomeadamente que, além da verba disponibilizada para ajuda de emergência, a UE é dos principais doadores de várias das agências das Nações Unidas presentes no terreno.
“A nível nacional e europeu estamos na fase do apoio de emergência – salvar vidas, resgatar pessoas em situação de isolamento ou privação, salvaguardar bens e salvaguardas condições reposição de empresas e negócios”, explicou o ministro, que falava na comissão parlamentar de Assuntos Europeus.
“Diria que a UE é um dos atores internacionais que mais se têm empenhado”, afirmou Santos Silva, destacando que a União é nomeadamente “um dos principais doares para as agências, como a UNICEF que estão a atuar no terreno”.
E insistiu: “Julgo que os europeus têm dito presente desde a primeira hora”.
Quanto à ajuda de Portugal, Duarte Marques saudou a “forma fantástica” como o governo reagiu, Pedro Filipe Soares realçou “a atitude proativa” e Pedro Mota Soares elogiou a ação do primeiro-ministro, António Costa, no Conselho Europeu da semana passada.
Nas respostas, o ministro assegurou que essa ajuda vai prolongar-se para além da fase de emergência e estender-se até à reconstrução.
“Há nestas situação três fases: uma primeira, de emergência, depois uma de garantir a salubridade […], e depois a da reconstrução. Em todas essas fases Portugal estará presente”, disse.
Santos Silva disse ainda que as informações disponíveis continua “felizmente a ser” a de que não há registo de portugueses entre as vitimas mortais, entre os feridos ou entre as pessoas em situação de perigo” e de que estão por localizar sete portugueses.
Para o esforço de encontrar esses cidadãos, o ministro disse que está a ser instalado no consulado português na Beira um sistema satélite militar para permitir o funcionamento das comunicações “a 100%”.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem atualmente em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais afetada.
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