Um avião militar Atlas A400M partiu hoje para Moçambique com 20 toneladas de ajuda humanitária do Ministério para o Desenvolvimento Internacional (DFID), sobretudo material de abrigo de emergência, lanternas solares e purificadores de água.
Esta mesma aeronave foi usada no ano passado para transportar 17,5 toneladas de ajuda humanitária do Reino Unido para as vítimas do terramoto e tsunami que atingiram a Indonésia.
Em paralelo, está previsto sair hoje do aeroporto de Doncaster, no norte de Inglaterra, um voo com empilhadoras e outras máquinas para ajudar a descarregar rapidamente a ajuda enviada para Moçambique, acelerando assim a distribuição de comida e bens às pessoas que necessitam.
Um outro avião fretado pelo Reino Unido tem estado a fazer o transporte de ajuda entre Maputo, a capital de Moçambique, e a Beira, a cidade na área mais atingida pelo ciclone a 14 de março.
Hoje partiu também de Londres uma equipa britânica de saúde e urgência para a região atingida pelo ciclone Idai para ajudar a avaliar as necessidades de saúde após o desastre que afetou milhões de pessoas em Moçambique, Maláui e Zimbabué.
O grupo de cinco pessoas é liderado por Jon Barden, que trabalha para a Equipa de Operações Humanitárias e de Estabilização do Ministério para o Desenvolvimento Internacional (DFID) e inclui David Wightwick e Rachel Fletcher da Organização Não-Governamental (ONG) UK-Med, Peter Skelton da ONG Humanity and Inclusion e Dave Phillips da UK-International Search and Rescue.
O objetivo é trabalhar com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde em Moçambique para ajudar nas próximas fases da resposta de cuidados de saúde após o ciclone, nomeadamente um surto de cólera na região atingida pelo ciclone já alvo de alerta pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Muitos hospitais e clínicas foram destruídos pelas inundações e os que se mantiveram abertos estarão a ficar sobrecarregados devido à chegada de pessoas que precisam de tratamento urgente e que foram resgatadas pelas operações de socorro.
"Os sobreviventes podem estar a sofrer de doenças como desidratação e diarreia, bem como de ferimentos causados pelo ciclone. Muitos deles não terão água fresca e precisam abrigo e acesso a comida", afirmou Barden, citado num comunicado emitido hoje.
O Reino Unido já enviou esta semana mais de 7.500 'kits' abrigo de emergência e 100 tendas familiares na quarta-feira e já designou 22 milhões de libras (26 milhões de euros) para ajuda humanitária, incluindo quatro milhões de libras (4,7 milhões de euros) através do Apelo do Comité de Emergência de Desastres, que assim arrecadou oito milhões de libras (9,34 milhões de euros) para as vítimas do ciclone Idai.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 761 mortos, segundo os balanços oficiais mais recentes.
Em Moçambique, o número de mortos confirmados subiu hoje para 446, no Zimbabué foram contabilizadas 259 vítimas mortais e no Maláui as autoridades registaram 56 mortos.
O número de pessoas afetadas em Moçambique subiu para 531.000 e há 109.000 entradas em centros de acolhimento, das quais 6.500 dizem respeito a pessoas vulneráveis - por exemplo, idosos e grávidas que recebem assistência particular.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
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