"Estou profundamente entristecido pela perda de vidas e pelas emocionantes imagens do sofrimento humano que temos visto desde que o ciclone idai atingiu a Beira, em Moçambique, na noite de 14 de março, e depois varreu até ao Malaui e Zimbabué, resultando num desastre massivo", escreveu o secretário-geral numa nota divulgada pelas Nações Unidas.
Na missiva, Guterres diz-se "encorajado pelos esforços das equipas nacionais e internacionais de busca e salvamento" e de outras equipas que se juntaram para ajudar, "a trabalhar dia e noite para salvar milhares de vidas em condições perigosas e desafiantes".
Estes "heróis", acrescentou, "não só salvaram famílias em telhados, mas também estão a entregar comida e dispositivos de purificação de água e outra assistência humanitária".
As Nações Unidas "já libertaram 20 milhões de dólares para dar início à resposta, mas um apoio internacional muito maior é ainda necessário", apontou.
"O que é preciso agora é verba para financiar o apoio nos dias, semanas e meses que se aproximam", acrescentou, concluindo que "é preciso que todos nos ergamos em solidariedade com o povo de Moçambique, Malaui e Zimbabué".
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março, e a ONU alertou que 400.000 pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 40 milhões de dólares (mais de 35 milhões de euros).
Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.
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