“Fomos os primeiros a dizer não à imigração ilegal e a parar a invasão de imigrantes ilegais. Acreditamos que parar a imigração ilegal é necessário para proteger a nossa nação”, realçou o governante húngaro no Texas, durante o seu discurso na Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC).
A Hungria tem recebido pressão quer dos países do sul, quer do bloco comunitário, atirou Orbán.
“Querem que abandonemos a nossa política de imigração zero porque sabem que é a batalha decisiva do futuro. O futuro é a coisa mais importante que podemos deixar para os nossos filhos e netos e nós, na Hungria, não vamos desistir”, salientou.
A receita do sucesso da Hungria, na sua opinião, é também a defesa da família tradicional.
Uma família em que “a mãe é uma mulher e o pai um homem. E acabou a discussão”, concluiu Orbán, para quem “são necessários menos ‘drag queens’ e mais Chuck Norris”.
Durante o seu discurso na influente reunião anual convocada pelos conservadores norte-americanos, que será encerrado este sábado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, o primeiro-ministro da Hungria apresentou-se como um “antiquado” defensor da liberdade e frisou ser “o único líder político anti-imigração” no continente europeu.
O governante defendeu que “é preciso ser corajoso, mesmo para lidar com as questões mais sensíveis, como a imigração, o género e o choque de civilizações”, e, nesta linha, sublinhou que “um político cristão não pode ser racista”.
No final de julho, Viktor Orbán foi criticado por defender a pureza racial dos húngaros e definir a imigração “não-europeia” como uma ameaça.
No seu discurso amplamente aplaudido, o chefe do governo húngaro defendeu que, quando “os progressistas tentam separar a civilização ocidental das suas raízes cristãs, cruza-se uma linha que não deve ser cruzada”.
Orbán convidou ainda os conservadores norte-americanos a unirem forças, perante a perceção de que compartilham batalhas comuns.
Num convite para estreitar laços, Orbán mencionou ainda a invasão russa da Ucrânia, destacando que sem diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia, “não haverá paz”.
Nos Estados Unidos, a visita de Orbán causou preocupações entre os republicanos, por receberem um autocrata criticado por minar as instituições democráticas e consolidar o poder no seu próprio país.
O convite a Orbán reflete a crescente adesão dos conservadores ao líder húngaro, cujo país implementou políticas duras contra a imigração e os direitos LGBTQ+, sendo governado por regime de partido único.
Orbán também é considerado o aliado mais próximo na União Europeia do Presidente russo Vladimir Putin.
Ainda antes de Orbán subir ao palco no Texas, o segundo Estado mais populoso nos EUA e controlado politicamente pelos republicanos, já Donald Trump tinha recebido o governante europeu.
“Poucas pessoas sabem tanto sobre o que está a acontecer no mundo atualmente”, sublinhou o magnata republicano.
O Presidente Joe Biden não deve encontrar-se com Orbán durante esta viagem do húngaro, de acordo com um funcionário da Casa Branca.
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