"Portugal representa um exemplo para a Europa ao sobrepor-se à crise, mas não houve rejeição das bases da democracia", afirmou o responsável jurídico da organização internacional, Bruno Stagno Ugarte.
Falando em Fafe, onde está a participar na homenagem que o Terra Justa está a fazer àquela organização não-governamental, o dirigente sublinhou que os portugueses se devem sentir orgulhosos pelo caminho que o país seguiu para vencer a crise no contexto dos "compromissos e princípios da União Europeia".
Bruno Stagno Ugarte criticou depois, em contraponto, os caminhos que alguns países, que até nem passaram por uma crise tão grave como em Portugal, estão a seguir, citando os casos da Hungria, República Checa e Polónia, onde, reforçou, "o oportunismo, o populismo e a demagogia estão a destruir a democracia".
Criticou também o "silêncio cúmplice" de várias democracias ocidentais face às violações dos direitos do homem que estão a acontecer em vários pontos do mundo onde há conflitos armados e lembrou que os pequenos e médios países também podem ter, no contexto das Nações Unidas, um papel importante na denúncia de alguns casos, como já tem acontecido, dando os bons exemplos da Holanda, Islândia e Liechtenstein.
Aludiu, ainda, à importância de a opinião pública se envolver nestas questões, procurando influenciar os seus países, num momento em que se observa "tanta desinformação e mentira na estratosfera da Internet".
O dirigente deixou também um elogio a Fafe, cidade que realiza há vários anos um evento internacional sobre recursos humanos.
"Fafe tem um espírito único, com um grande compromisso com a justiça e a paz", afirmou.
Bruno Stagno Ugarte, acompanhado do presidente da Câmara, Raul Cunha, depositou uma mensagem no Mural das Causas, do Terra Justa, como tem acontecido com todos os homenageados do evento desde a sua primeira edição.
Participou também na inauguração da exposição que está patente no arquivo municipal sobre a atividade da 'Human Rights Watch'.
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