Hugo Soares frisou que a proposta foi avançada pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, na terça-feira, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2018: "Não há nada no Orçamento do Estado que a faça prever, não há recursos, não há dinheiro, não há meios".
Em declarações aos jornalistas durante uma visita de deputados do PSD ao pinhal de Leiria, Hugo Soares classificou a intenção de constituir uma empresa pública para as florestas como "ilusionista", argumentando que pretende criar a ilusão às pessoas de que "com uma proposta caída do céu podem resolver qualquer tipo de problema".
A esse propósito, o deputado social-democrata exortou o primeiro-ministro, António Costa, "que é o responsável pela condução política do Governo" a explicar se pretende extinguir o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O ICNF "não tem meios, não tem recursos, ainda hoje pudemos testemunhar isso no terreno, e vão extingui-lo para pôr os meios que não existem na tal empresa pública? Estão a dizer que foi o Instituto que hoje existe que não fez o trabalho que devia ser feito? Ainda hoje tivemos oportunidade de testemunhar que [o ICNF] está a fazer aquilo que é possível, que teve ocasião em vésperas de 15 de outubro de avisar quem tinha de avisar dos riscos que havia para aquele fim de semana e nada aconteceu", declarou Hugo Soares.
"O Governo continua a empurrar com a barriga para a frente aquilo que são as soluções verdadeiras que devia implementar no terreno. E face à incapacidade de encontrar soluções, diria mesmo face à incompetência gritante que este Governo tem manifestado, de vez em quando saem-se com umas tiradas que, se este assunto não fosse demasiado sério e não houvesse tanta gente a sofrer com a catástrofe de 15 de outubro, seria até cómico", acusou.
Sobre o pinhal de Leiria, Hugo Soares lembrou que o PSD apresentou no parlamento um projeto de resolução que recomendava ao Governo que, no prazo de um ano, elabore um plano de reflorestação de toda aquela área de mata nacional, dizimada pelas chamas em cerca de 80% "porque ele é urgente, é prioritário e deve ser feito".
"E rapidamente é o prazo de um ano, porque é preciso tempo, é preciso refletir e nós não queremos ser trapalhões e precipitados como foi o ministro da Agricultura ainda ontem [terça-feira]", frisou Hugo Soares.
O PSD lembra que o pinhal de Leiria é "uma mata pública, é floresta pública" e defende que o Estado "possa ter um papel de preservação e promoção daquilo que é o nosso património".
"E o Estado falhou. Falhou também aqui no pinhal de Leiria", declarou o deputado do PSD.
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