
Um tribunal de família em Middlesbrough, no Reino Unido, rejeitou o pedido de custódia de uma criança de três anos apresentado por Robert Albon, um cidadão norte-americano de 54 anos que afirma ter gerado mais de 180 filhos como dador de esperma informal, conta o The Guardian.
Em causa estão as preocupações judiciais e sociais associadas à atividade do homem, que utiliza o pseudónimo "Joe Donor" para prestar os seus serviços fora do circuito médico oficial.
A criança em causa nasceu em maio de 2022, fruto de uma relação sexual entre Albon e uma mulher residente em Durham, que o contactou através do Facebook. O encontro terá ocorrido no mesmo dia, depois de trocarem mensagens e ele exigir uma fotografia antes de percorrer mais de 400 quilómetros para se encontrarem.
A mulher, que já era mãe de sete filhos — cinco dos quais não estavam à sua guarda — declarou posteriormente que a experiência a deixou até com pensamentos suicidas, acusando Albon de a ter usado como meio para obter benefícios e acesso a habitação.
Segundo os documentos do tribunal, Albon tentou obter não só a custódia, mas também uma declaração de paternidade e direitos parentais sobre a menor. O juiz recusou todos os pedidos, considerando que o homem age com motivações de controlo e manipulação, usando as mulheres como "mercadoria", apesar de se apresentar como um benfeitor altruísta.
Esta é já a quarta tentativa de Albon, segundo os registos judiciais, de obter direitos parentais sobre crianças nascidas no Reino Unido através das suas doações.
O histórico estende-se a vários países. Além do Reino Unido, terá gerado filhos na América do Sul, Austrália, Japão e China. Nos Estados Unidos, está em dívida por pensões de alimentos não pagas, situação que motivou a emissão de um mandado de captura.
Em entrevista ao The Sun em agosto do ano passado, Albon estimou o número de crianças que nasceram com o seu contributo. "Tive cerca de 180 nascimentos bem-sucedidos e conheci cerca de 60 dessas crianças".
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