
A audição ao ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território foi aprovada esta tarde pela comissão de Poder Local e Coesão Territorial da Assembleia da República, segundo confirmou à agência Lusa o presidente da comissão, Bruno Nunes (Chega).
O pedido de audição a Hernâni Dias foi feito pelo BE e surge depois de a Entidade para a Transparência ter contrariado o antigo governante, que disse no parlamento ter o aval deste órgão para a constituição de duas empresas.
Em 04 de fevereiro, durante uma audição parlamentar, o ex-secretário de Estado rejeitou qualquer conflito de interesses na constituição de duas empresas, dizendo ter contactado previamente a Entidade para a Transparência para perceber se a sua posição como governante permitia a atividade.
Hernâni Dias acrescentou ainda que a resposta da Entidade para a Transparência foi afirmativa, com algumas condições.
Contudo, um dia depois, a Entidade para a Transparência negou ter dado qualquer aval a Hernâni Dias antes da constituição de empresas, ao contrário do que tinha sido assegurado pelo ex-governante no parlamento.
“Foi-nos respondido em comissão pelo ex-secretário de Estado, Hernâni Dias, de que teria obtido um parecer favorável da Entidade da Transparência. A Entidade da Transparência vem agora dizer que não deu esse parecer e nem sequer entende que tenha competência para dar esse tipo de pareceres de forma prévia. Parece-me que, intencionalmente ou não, o ex-secretário de Estado mentiu nos esclarecimentos que prestou à comissão e que, por essa mesma razão, vale a pena voltar a ouvir o ex-secretário de Estado”, justificou em 06 de fevereiro, em declarações aos jornalistas, a deputada bloquista Joana Mortágua.
Uma vez que Hernâni Dias já não é governante, a sua presença no parlamento não é obrigatória e será enviado um convite para nova audição.
Em 28 de janeiro, Hernâni Dias demitiu-se do cargo de secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, depois de ter sido noticiado pela RTP que criou duas empresas imobiliárias já enquanto governante e responsável pelo recém-publicado decreto que altera o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, a polémica lei dos solos.
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