Entre os momentos selecionados estão o regresso do exílio em Paris, com a chegada à estação de Santa Apolónia, a 28 de abril de 1974, no denominado “comboio da liberdade”, ou a reunião com o general António de Spínola, então Presidente da República, no palácio da Cova da Moura, também na capital, noticiado no Jornal de Notícias no dia 29 de abril.
A chegada a Lisboa, noticiada pelo diário A Capital, que dá conta que o líder do PS foi “abraçado pela multidão”, está disponível aqui; e também no Diário de Lisboa.
Os dois jornais chamam o acontecimento a primeira página, com o Diário de Lisboa a indicar que Mário Soares foi o primeiro exilado político a regressar a Portugal, que do varandim da estação ferroviária de Santa Apolónio acenou à população e ergueu um “V em flores”.
O Diário de Notícias também fez chamada de 1.ª página da notícia da chegada do “advogado Mário Soares” a Lisboa, acompanhado por Manuel Tito de Morais e de Francisco Ramos Costa.
Segundo o jornal, “milhares de pessoas enchiam a estação, o largo fronteiro e as ruas adjacentes” para receber o líder socialista.
A reunião de Mário Soares com o ex-Presidente da República António de Spínola no palácio da Cova da Moura foi noticiado, entre outros, pelo Diário Popular e pelo jornal O Século, e disponibilizado pela hemeroteca.
Em O Século, lê-se que a reunião no “quartel-general da Cova da Moura” decorreu logo após a sua chegada a Santa Apolónia.
O Jornal de Notícias de 29 de abril de 1974 noticia na 1.º página a chegada de Mário Soares e a reunião com o general Spínola.
O jornal assinala na fotografia, com um círculo, o rosto de Mário Soares, dando conta de que este foi “recebido em apoteose”, e afirma que “a manifestação prolongou-se até ao Palácio da Cova da Moura”, onde “conferenciou durante meia hora” com Spínola.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital, com escolta a cavalo da GNR.
O funeral realiza-se na terça-feira, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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