Numa nota emitida hoje pela Procuradoria-Geral da República é referido que foi deduzida acusação contra 89 arguidos pertencentes à organização “Hells Angels Motorcycle Club” por associação criminosa, homicídio qualificado, na forma tentada, ofensa à integridade física qualificada, extorsão qualificada, dano qualificado com violência, roubo, tráfico de estupefacientes, detenção de armas e munições proibidas, bem como consumo de drogas.
Dos 89 arguidos acusados, 37 encontram-se em prisão preventiva, cinco estão obrigados a permanecer na habitação com vigilância eletrónica e dois estão detidos na Alemanha, a aguardar extradição para Portugal.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP) considera que os arguidos pertencentes à organização, no dia 24 de março de 2018, arguidos dirigiram-se a um restaurante no Prior Velho, em Loures, “munidos de facas, machados, bastões e outros objetos perfurantes” para tentarem “matar quatro ofendidos e feriram gravemente seis outros”.
Os 'motards' do grupo "Hells Angels" queriam atacar o grupo Red&Gold, criado pelo radical de extrema-direita Mário Machado. Os dois grupos rivais entraram em confrontos dentro do estabelecimento comercial, com facas, paus, barras de ferro e outros objetos.
No dia 11 de junho do mesmo ano, os arguidos agrediram um dos ofendidos com um “boxer” [soqueira] e pontapés na cara, na cabeça, no tronco, nos braços e nas pernas e de seguida roubaram-no.
“Os arguidos destruíram o estabelecimento, tendo causado estragos no valor de, pelo menos, 14.450 euros”, lê-se na nota.
A Polícia Judiciaria, nas buscas domiciliárias e não domiciliárias, apreendeu aos arguidos armas, dinheiro e droga.
O inquérito tem 56 volumes; 11 apensos “principais”, 92 apensos relativos a buscas domiciliárias e não domiciliárias, 17 apensos de transcrições de escutas telefónicas e nele foram apensos três outros inquéritos.
Um cidadão belga associado à organização foi o último arguido a ser detido, no âmbito do inquérito, no dia 26 de junho e está em prisão preventiva.
Os Hells Angels existem em Portugal desde 2002 e, desde então, têm sido monitorizados pela polícia.
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