Na inauguração da instalação “O Livro de Nomes de Vítimas do Holocausto”, inaugurada hoje na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres recordou que uma das primeiras ações dos nazis na sua campanha de aniquilação dos judeus foi apontar os seus nomes, e, posteriormente, quando um prisioneiro chegava a Auschwitz, apagavam o seu nome e substituíam por um número marcado no antebraço.
“Primeiro, roubaram os seus nomes, depois as suas vidas. Nenhum cemitério, nenhuma lápide, nenhum vestígio permanece. Os seis milhões de crianças, homens e mulheres judeus estão perdidos para sempre. Mas a sua memória — e os seus nomes — nunca serão esquecidos”, advogou o líder das Nações Unidas.
Para Guterres, esta exposição é um apelo à ação e à lembrança: “cerca de um milhão de vítimas permanecem não identificadas e estamos a correr contra o tempo”.
Nesse sentido, o ex-primeiro-ministro português afirmou ser necessário encontrar-se novas maneiras de levar adiante “a tocha da lembrança”, quer dentro das famílias, quer dentro das salas de aula, em todas as geografias e por gerações.
“Esta exposição é um apelo a todos nós. O nosso mundo hoje não é imune ao veneno do ódio — o ódio que diz que outra pessoa é menos do que meu igual, menos que humano. Juntos, vamos conter a onda de crueldade humana e lutar contra o antissemitismo e todas as formas de racismo onde quer que se manifestem. Mantenhamos para sempre viva a memória do passado e nunca deixemos que os outros também o esqueçam”, apelou.
Coincidindo com o Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto, Yad Vashem – o Centro Mundial de Memória do Holocausto em Jerusalém – e a Missão Permanente de Israel na ONU inauguraram hoje esta instalação em Nova Iorque.
A instalação apresenta os nomes organizados alfabeticamente de 4.800.000 vítimas do Holocausto atualmente documentadas e incluídas no banco de dados central do Yad Vashem.
Uma faixa de luz percorre toda a extensão do interior do Livro dos nomes, iluminando assim a memória dos judeus assassinados durante o Holocausto, para que a sua memória fique preservada.
No final do Livro dos Nomes, há páginas em branco que simbolizam mais de um milhão de anónimos assassinados.
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