"Vocês são a espinha dorsal de um movimento global. Em Paris, estivémos à altura deste desafio. Agora temos um desafio ainda maior: aumentar a nossa ambição e manter o rumo", disse António Guterres.
O diplomata falava em Nova Iorque num encontro de alto nível sobre alterações climáticas que marcou o primeiro dia da Assembleia- Geral da ONU.
"As emissões estão a descer, mas não é o suficiente. A temperatura ainda está a aumentar. Vemos as consequências disso todos os dias. Contamos os custos em vidas, formas de subsistência e economias danificadas", disse o secretário-geral da ONU.
"[As alterações climáticas] estão aqui, agora, e precisamos lidar com isso. Os governos sózinhos não conseguem lidar com a enormidade deste desafio, mesmo que o queiram, o que não é sempre o caso", vincou Guterres.
O Acordo de Paris sofreu um forte revês no início deste ano, quando o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os EUA se iriam retirar do compromisso. Nenhum outro país, no entanto, seguiu o exemplo dos americanos.
Guterres deu vários exemplos de como a sociedade civil e a comunidade empresarial se estão a mobilizar, dizendo, por exemplo, que "a indústria naval está a trabalhar para reduzir a sua pegada ecológica" ou que, "na indústria tecnológica, empresas como a Google e a Apple estão a caminhar para o seu objetivo de usar 100 por cento energias renováveis".
Guterres destacou ainda o milionário Michael Bloomberg, patrocinador de uma rede global de presidentes de câmara contra o aquecimento global e pediu-lhe para que, na qualidade de seu Enviado Especial, acelerasse e aprofundasse o papel dos atores não governamentais, em antecipação da Conferência do Clima, agendada para 2019.
"Os compromissos do Acordo de Paris são claramente insuficientes. É por isso que aqui estamos hoje. Podemos mudar essa situação. Estou pronto para trabalhar com todos para eliminar barreiras aos vossos esforços. Perceber onde e como posso ajudar é o meu objetivo central nesta reunião", concluiu o secretário-geral.
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