“Um inquérito está em curso. É preciso que estas pessoas digam exatamente o que querem dizer com isso. Ao que parece o autor principal diz que a voz não é dele, mas hoje em dia há técnicas para autenticar documentos áudio e vídeo”, afirmou o primeiro-ministro, que falava aos jornalistas em Bissau, momentos depois de ter regressado ao país.
Na segunda-feira à noite, o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, denunciou uma tentativa de golpe de Estado, envolvendo o general Umaro Sissoco Embaló, que considerou a acusação como “mentira” e “calúnia”.
Além da denúncia foi divulgado um áudio com a alegada voz de Umaro Sissoco Embaló, como prova, que o general recusa ser sua.
“O inquérito está em curso, nós não declarámos guerra a ninguém e estamos simplesmente a cumprir o nosso dever de gente que gere o aparelho do Estado. Quando é assim, em toda a parte do mundo, é um inquérito que se faz e vamos ver quais serão os resultados desse inquérito”, adiantou.
Aristides Gomes disse também que o Governo está focado na “preparação das eleições” presidenciais, marcadas para 24 de novembro, e em que tudo esteja a postos para o início da campanha eleitoral, que vai decorrer entre 01 e 22 de novembro.
O primeiro-ministro guineense salientou igualmente que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) já decidiu que os cadernos eleitorais que vão ser utilizados nas presidenciais são os que foram usados nas eleições legislativas e que o executivo respeita a decisão.
“Penso que a reivindicação principal dos candidatos caiu face a esta decisão da CNE”, acrescentou.
O Governo iniciou em setembro correções aos cadernos eleitorais para regularizar a situação de cerca de 25.000 eleitores que tinham sido recenseados, mas que devido a problemas técnicos foram impedidos de votar nas legislativas de 10 de março.
As correções provocaram alguma tensão política no país, com os partidos da oposição a recusarem as correções.
“Vem uma equipa de peritos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para auditar o ficheiro que vai ser utilizado”, explicou o primeiro-ministro.
Questionado sobre se haverá ou não um reforço do contingente da Ecomib, força de interposição da CEDEAO destacada na Guiné-Bissau desde 2012, o primeiro-ministro disse que acontecerá apenas se for possível, caso contrário, será utilizada a mesma estrutura das eleições legislativas.
“Em princípio essa estrutura vai poder aguentar a situação”, afirmou.
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